quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Happy new year, loser.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Saudade é um sentimento ruim para caralho. Saudade, falta, nescessidade, vontade e tristeza são palavras que para mim, sempre rimam. Ando com saudades de você, meu benzinho como sempre. Mas hoje 'tá foda. Ando com saudades minhas também. Saudades daquele tempo bom, quando tudo era tão bonito e tão bobo. Quem diria! Eu, bobo! Mas ah, por você eu fui. Fui e ainda seria caso você me aceitasse de volta. Sei que não fui o culpado disso, muito menos você, mas ah, quando você passa por mim e me olha daquele jeito... Daquele jeito como se nada estivesse acontecendo, ah, você me mata com esse seu olhar. Todos os dias morro por você intimamente, meu bem. Por você, e por esse seus olhos de dona-da-verdade. Ah, seus olhos sempre me mataram. Acho até que você sabe disso e faz de propósito. Mas cara, esses dias estão sendo diferentes. Não vejo seus olhos desde que cheguei aqui e talvez isso me mate mais que eles, como aquelas drogas que causam dependência e efeitos colaterais terriveis, mas que, sem elas, tudo é ainda pior. Cara, passa aqui em casa só para dizer que está tudo bem. Cara, passa aqui em casa só para dizer que ainda gosta de mim. Vai, eu sei que gosta. Cara, passa aqui em casa só para eu poder te reconquistar e assim, prometo que começaremos do zero, como recém-conhecidos. Passa por aqui e me deixa morrer pelos teus olhos só mais uma única vez.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Crônicas de Neon City (Segundo Capítulo)
Visão da Sab:
Logo na entrada havia uma escadaria que levava para algo como um porão, local onde haviam montado o coffee shop. A decoração era carregada. Vermelho, preto, vermelho. Muito vermelho. Poucas luzes. A maioria em cima das mesas redondas, feitas de mogno. Luzes levemente amareladas, sua intensidade era suficiente para iluminar somente a mesa. O local era espaçoso, ao fundo havia um pequeno palco que deveria comportar, no máximo, quatro músicos sem muitos instrumentos. O local estava quase vazio, acho que devido à hora (ainda eram quatro da tarde). Os poucos cidadãos de Neon City que estavam no local vestiam roupas escuras e pesadas. E suas expressões eram entediantes.
Visão da May:
Havia um balcão. Nele se encontrava um atendente com cara de poucos amigos e uma tabela de preços de aspecto antigo. Nada de muito interessante podia ser observado naquele local, fora a não comum decoração. Nas mesas, um casal, uma velha e um homem desacompanhado de feições joviais e aspecto velho ao mesmo tempo. Em frente ao Coffe Shop havia um grande prédio com muitas janelas. No topo, um letreiro de uma marca qualquer ainda apagado. Quatro da tarde deveria ser uma hora em que se via o céu alaranjado, fim de tarde, o sol em poucas horas se punha. Mas em Neon City é sempre cinza. A tarde cinza contrastava com a escuridão do local que cheirava a alguma colônia barata vinda de algum dos ali presentes.
- Vai querer alguma coisa? - indo em direção ao balcão.
- Uma vodka, por enquanto.
- Eu esperava que você pedisse um café, mas... - pede um capuccino e um copo de vodka e senta em uma mesa perto do palco.
- Sentar aqui mesmo? E se algum maldito músico começar uma apresentação?
- Sim. Se ele começar... Bem, daremos um jeito nele. - agradece ao atendente e paga o café e a bebida.
- De onde é esse dinheiro? Achei que estávamos sem um único tostão.
- Existe uma diferença entre o dinheiro necessário para sair de uma cidade e o dinheiro necessário para pagar um café. De todo modo, você nunca soube administrá-lo, então eu resolvi guardar uma parte.
- Ah, você sempre com seus malditos comentários. - se curva com os cotovelos sobre a mesa.
- Malditos? Apenas realistas.
- Eu não gosto do modo como qual você me trata.
- Garotinha sensível... Tsc, tsc, tsc. O mundo não é para aqueles que sentem, mas para aqueles que agem e aqueles que não se permitem sentir.
- A pior merda que já fiz foi deixar você saber quem sou realmente. Você me conhece bem, não é? Você é esperta.
- Uma coisa que é fácil de descobrir é: quem são as pessoas. Por mais que você tente ocultar, seu modo de agir, falar, seu modo de se vestir, o modo como você pronuncia algumas palavras, tudo isso revela indícios de quem você realmente é e de como você se sente. Só é preciso estar atento e saber ligar as coisas. Juntar os fatos. Cada pessoa é como um quebra-cabeças. Você tem as peças, mas nunca sabe como colocá-las no lugar para formar uma figura, só quando a própria "figura" se revela para você. Uma coisa que eu aprendi foi como juntar as peças sem que a pessoa saiba que eu fiz isso.
- Ah, eu não prestei muita atenção ao que disse, mas... Só sei que te acho uma graça quando fala essas coisas.
- Você me deixa entediada com seus comentários pseudo-homossexuais.
- Há! Vai dizer que você não sente seu ego inflar com esses comentários?
- Se eu tivesse interesse por você, talvez ele "inflasse". Como não tenho, são irrelevantes, descartáveis. - olha para a porta e vê cinco pessoas com roupas estranhas e coloridas entrando.
- Está olhando para essas pessoas?
- Sim. Não são moradores de Neon City, observe as roupas e o modo de agir. Movimentos leves, roupas finas.
- É. Totalmente diferente das pessoas daqui. Estou começando a me cansar.
- Desgastante e entediante. - se levanta e vai em direção à porta.
- Vamos embora. - Levanta logo em seguida.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Aleatório II
sábado, 29 de novembro de 2008
Vocês.
domingo, 23 de novembro de 2008
Crônicas de Neon City (Introdução e Primeiro Capítulo)
Sabrina: Hoje, agora à noite, eu e Mayara decidimos criar as "Crônicas de Neon City". Pequenas observações e diálogos que acontecem entre nossas outras personalidades (criadas exclusivamente para essas histórias). Observações e avaliações sobre ambientes, pessoas. Duas pessoas relatando o mesmo local sob pontos de vistas parecidos, mas sutilmente diferentes. Diálogos sobre o comportamento, sobre quem são (realmente) as pessoas. E o que elas escondem de todos.
Sabrina (Sab) = cinza
Primeiro capítulo:
Neon City
Visão da Sab:
Acho que só podia considerar a cidade como "neon" no período da noite, quando todos os letreiros existentes brilhavam. Durante o dia... Bem, a cidade não podia ser chamada assim. Prédios cinzas, ruas escuras, neblina quase permanente. Pessoas degeneradas, destruídas pela impureza do local.
Visão da May:
O único transporte eficaz nessa cidade de neons é o metrô. Descer escadas em dias frios para apanhá-los é um hábito comum para todos os cidadãos. Luzes amareladas e um tanto fracas formam penumbras com as formas das pessoas. Algumas sentam e lêem o jornal, desinteressadas pelas notícias sempre iguais.
O Quarto
Visão da May:
Era apenas um cubículo sem muitos atrativos. As paredes eram cobertas por um papel de parede cinza e velho. A decoração chegava a ser um tanto de mal gosto. Algumas infiltrações no teto, nada demais. Uma cama de solteiro com colchão duro. Duas cadeiras de camurça desbotada perto da única janela.
Visão da Sab:
Pequeno demais, chegava a ser claustrofóbico. Mas era o ideal para os moradores daquela cidade. Talvez não ideal... Mas o suficiente. A fechadura da porta não mais funcionava. Poucos móveis, mas o suficiente para deixar o local sem espaço. O ar parecia não entrar naquele local, fazendo com que se tornasse abafado e difícil de respirar, mesmo com a janela aberta. O estado das paredes e do teto não era dos melhores, o que significava que o dono daquele hotel não costumava receber hóspedes.
- Que lugar de merda.
- Você nunca me conta algo que eu não possa ter percebido...
- Ah, chega desses comentários ácidos. Que cara é essa?
- A de sempre... Mas o que afinal viemos fazer aqui? - indo em direção à janela.
- Você não queria respirar novos ares? Foi nisso que deu. - acende um cigarro - Quer um?
- Exatamente. Eu disse que queria RESPIRAR. A poluição dessa cidade é o suficiente para matar qualquer um. E não, obrigada.
- Ah, agora não podemos fazer mais nada. O único dinheiro que nos restava, gastamos com a hospedagem nessa joça. Como conseguiremos mais?
- Je ne sais pas...
- Cara, talvez eu consiga algo. Mas só para amanhã.
- Algo?
- É, Grana. Aquele tal do San ainda me deve algumas coisas. Ouvi rumores que ele também está em Neon City.
- Ah. É tão difícil falar as coisas de um modo que eu entenda? - abre a janela.
- Isso não importa. É coisa minha e dele, só. - senta na cama.
- Caso de um passado longínquo...? - murmurando para si mesma - Bem... Acho melhor você dar um jeito mesmo... Sinceramente, o ar daqui é carregado. Quanto antes sairmos daqui, melhor.
- Você sabe que eu sempre dou um jeito. - levanta - Quer dar uma volta?
- Bem, é melhor. Esse local é terrivelmente abafado. Quando vínhamos para esse... hotel, eu vi um coffee shop. É perto, mais ou menos uns 600 metros. Que achas?
- Ótimo.
sábado, 15 de novembro de 2008
sábado, 1 de novembro de 2008
Lygia Fagundes Telles
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Já perdi as contas.
Eu vejo as pessoas saírem de suas vidas e se perderem de si mesmas. É tudo uam projeção apenas, man! Maybe a sunny day are comin'. Os dias estão lentos e eu não vejo nem o hoje, nem o ontem, nem o amanhã. I've been waiting for so long time. She walked alway and her shoes were untied and the eye were all red, you could see that we'd cried. E você sabe, dias bonitos estão por vir, todos estão aqui para servir. But i'm gonna lose my time. Looking everywhere I see nothing but people. They are calling me but they don't know I can't stay all night long. Hey, Doctor Strangelove! Toda a matéria, eyes on fire. Rotten words. Now we're almos together. Vejo minha vida toda como algo rasgado e/ou quebrado e/ou velho. Não tem mais utilidade nem graça. A BEW BORN, MAN! A NEW BORN! É, tá na hora.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
De uns tempos para cá acho que 'tô deixando meus "alter-egos" escreverem por mim. Bem, aqui vai mais um.
sábado, 18 de outubro de 2008
17 e 18 de outubro
- O que houve?
- Ele... (pausa) Ele morreu.
O olhar desacreditado se cruza com um outro olhar totalmente desamparado. Soube-se do grito, da pressão baixa, do desespero e calou-se.
[...]
- Eu abracei tanto ele, tanto! Chamei por ele, até que me tiraram de lá.
Os outros estão entre o desespero e a imobilidade. A noite foi longa, muito longa. Até que o telefone tocou e se pode dormir.
[...]
Já é quase tarde e não tem quase ninguém em casa.
- Você vai?
- Para onde? Para o enterro?
- É. Para o enterro.
- Não sei.
- Por que?
- Não sei. Enterros não me fazem bem.
- Se você for, tem até as 3 para estar pronta
- Ok, ok.
[...]
- Você não vem? Estão todos aqui.
- Não. E mesmo assim, todos já saíram de casa.
- Certo.
Deveria ter ido? Não sabe. E então chorou esperando por notícias.
[...]
- Minha filhinha, por que você 'tá chorando, ein?
- Nada.
- Claro que não é nada. Se você está chorando, é por que aconteceu algo.
- Não é nada.
Coitada, vai morrer sem saber que ele morreu. Morreu ontem e nada pode ser feito, muito menos ser contado.
[...]
Enquanto isso, no velório, as pessoas mostram toda a razão de viver do ser humano:
- Ela o contrariava muito. Só trazia problemas para ele.
- É verdade. Ela devia ter o poupado mais enquanto era vivo.
- Pois eu não acho. Ela era a mais próxima e se preocupava com ele.
- (cutucada)
- (silêncio)
- (muda-se o assunto)
- (bobagens)
- (bobagens)
- É mesmo?
- É! por que?
- Por que eu não sei como um juiz vai beber naquele barzinho de merda. (inveja)
- (silencio)
[...]
(Fecha-se o caixão)
- EU PRECISO DE VOCÊ! VOCÊ SE FOI MUITO CEDO!
Lágrimas, dor, remorso e até intrigas era tudo o que se notava.
[...]
- Meu querido! Que saudades! O que te traz a Recife assim, de repente?
- Vim lhe ver. (expressão de desconforto)
- Que bom, eu estava com saudades!
(rostos se entreolham)
[...]
(rostos tristes)
- Como foi lá?
- Psssiu! Ela pode estar ouvindo! Ela não pode saber, você sabe disso.
- Tudo bem, ela não está ouvindo.
- Bem... (pausa) Foi triste. (pausa) Muito triste.
E continua sendo.
*****
E continuará para sempre sendo triste. Esse lance de morte é assim, não se pode fazer nada. E agente fica sempre desconsolado. Fora que quando aocntece essas coisas, abre espaço para um monte de pensamentos ruins e más suposições. E no fim, o que me dá mais raiva, é que mesmo com a morte, as pessoas mesquinhas sempre são apenas pessoas mesquinhas.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
(...)
Que ônibus cheio! Pensei que a essa hora viesse mais vazio. Espero que apareça logo um lugar para sentar, 'tô afim de ler.
(...)
Ah, sabia que alguém iria descer. Não era possível que todos aqui tivessem tido a mesma idéia de pegar esse ônibus em direção ao centro da cidade para também poupar caminhada, ou sei-lá-o-que.
(...)
Estou incomodade de estar sentada aqui. Deveria ter sentado onde houvesse uma janela. Ah! Ficou livre uma cadeira alí. Vou me sentar lá. Chutei algo sem querer. "-Desculpa!" Quase não tive voz para falar. Nossa, deve ter doído. O pé dele 'tá enfaixado e tudo mais. 'Tá até gemendo e resmungando de dor. Ah, mas também, o cara 'tá com o pé machucado, e vai o colocar na passagem? Não deu tempo nem de olhar, nem de pensar nem nada. Levantei, e "-Pum!", chutei o pé machucado desse pobre. Ah, se pelo menos ele não fosse tão sonoro com seus resmungos...Ah, pronto! Era só o que faltava para acabar com meu dia. Vou ficar a pensar sore isso todo o tempo. Mas cara, eu pedi desculpas! Foi sem querer, eu juro! Eu não pude evitar. Eu só levantei e... Ah, chega! Você não fez nada de errado, você foi até educada! Pediu desculpas e tudo mais! Se fosse com ele, aposto que nem se importaria. Nem pediria desculpas, nem nada. Se duvidar, ainda pisaria de novo e daria uma de sonso. As pessoas dessa cidade são muito mal educadas, voê até que fez muito! Você deveria era dar...Ah! você foi descuidada, você deveria ter prestado mais atenção. Mas ah, eu não iria adivinhar que o pé dele... Não importa, você é uma pessoa indgna. Sou indgna por ter pisado no pé machucado de um desconhecido? E ainda por cima, sem querer? Você ainda diz só? Você sabe o que você fez, você pisou... AAAAAAAAAHHH! Chega! Vou enlouquecer se continuar pisand... ops, se continuar pensando nisso. Até por que, pisou 'tá pisado, posso fazer mais nada. Nossa, pensei tanto no homem e no seu pé, que ele nem 'tá mais no ônibus. Desceu e nem percebi.
(...)
Ah, que vontade de comer o que sobrou dos biscoitos que comi à tarde. É o vício de comer. Ah, não gosto de comer em público. O que eles vão pensar? "-Ah, por isso que ela 'tá gorda desse jeito, come até no ônibus."
(...)
Ah, sabe de uma coisa? Minha leitura já foi interrompida mesmo, já gastei energia e neurônio demais pensando no homem-o-qual-seu-pé-eu-pisei. Fora isso tudo, eu não devo nada à ninguém mesmo, até por que, não adianta me julgar, minha senhora, pois a senhora já está bem gordinha. E você também, seu moço sentado aí na frente! Vou é comer essa droga de biscoito enquanto escrevo todo esse meu diálogo interno.
domingo, 21 de setembro de 2008
Coloca alguma música para tocar. "Nossa, eu poderia casar com essa música! There must be someway out of here, said the joker to the thief.- Ela diz em voz alta mesmo, e depois canta afinadamente". Veste a mesma roupa de sempre: Um jeans velho, uma camisa sem estampas e um par de chinelos. "Ah, ele também gosta de Bob Dylan. Engraçado é quando ele diz que montaremos uma dupla folk e seremos viajantes. Iremos viver o presente. É isso o que ele diz. Seremos livres e felizes para sempre até que um dia, um dos dois morra de alguma doença, ou naturalmente ou de algum acidente ou... Ahh! Chega de pensar em morte. Você só consegue enxergar o fim das coisas? - Ela fala consigo mesma". No fundo ela se entusiasmava com toda essa boba história. Nada mais empolgante que uma vida intensa e um final trágico. "Já é nove! Sonhar me faz mal, preciso sair."
"Chaves, celular, dinheiro, caderno. Acho que é só!Mais algo?" O dia 'tá ensolarado mesmo sendo Agosto. Gosta do sol e do vento. Na rua compra, rosas. De vez em quando se dá flores de presente. Filas, lojas e espera. São 11:30 e ela já fez tudo o que tinha programado. Deu vontade de comer sushi. "Ah, sabe de uma coisa? Vou telefonar para ele. Quem sabe ele não quer almoçar comigo? Quem sabe ele não quer passar a tarde comigo? Quem sabe ele não quer passar a vida comigo? Quer saber? Começaremos nossas viagens hoje, se for preciso! - Aproveita que a coragem bateu, e tecla o número."
É sempre ela. Sempre aquela mesma garota. Aquela que sempre pega o ônibus no mesmo horário, e que as vezes decide voltar para casa mais cedo. Ela entra e dá um risinho de "bom-dia" subentendido ao cobrador. Passa logo. Senta onde tem menos gente. Entra muda e saí calada. Não conhece ninguém mesmo, não fala ao telefone, nem escuta música. Às vezes tira o caderno da bolsa e escreve. Escreve, escreve, escreve até enjoar e joga fora depois todos os manuscritos. Quando não escreve, apenas observa o vazio com seus olhos melancólicos e confiantes ao mesmo tempo.
É sozinha embora já seja conhecida pelos cabelos vermelhos e sempre assanhados, pelas calças folgadas, pelos olhos borrados de negro, pelas unhas curtas e roídas e mesmo assim, pintadas às vezes de preto, vermelho ou alguma outra cor berrante. Vive apaixonada pelo rapaz charmoso e pela menina sorridente de palavras bonitas. Tem assuntos inacabados e casos não-resolvidos. Ela é algo que ninguém vê.
[...]
E no fundo, no fundo mesmo, ela prefere nem ser notada. É mais interessante desse jeito.
sábado, 20 de setembro de 2008
Boa noite
"-Boa noite (:"
"-Boa noite"
Foi assim que acabou. Logo desisti do que estava fazendo. Fui para o quarto. "PDA" do Interpol é uma música legal de se ouvir essas horas. Interpol é sempre legal de se ouvir a qualquer hora. Mas isso não importa. Eu não tô triste, mas tambem não posso dizer que satisfeita. Peguei um livro, não consigo me concentrar na leitura. Eu esotu sendo chata. Estou sendo infantil, com certeza. Me desculpa. Talvez eu esteja sendo as duas coisas que eu mais temo na vida: Ridícula e infantil. Mas eu nao consigo pensar em outra coisa. Causou um impacto. Não um impacto ruim, mas um impacto. É, 15 anos apenas. Coisas novas há de vir, e o tempo acaba encaixando as coisas nos lugares certos (ou nos menos errados). Eu temo o futuro. Não o que está para acontecer, mas o que não vai acontecer. Tem qe acontecer. As coisas podem acontecer certas ou não. Mas têm que acontecer.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Desabafo de um alter-ego
sábado, 6 de setembro de 2008
Hoje eu iria postar um conto qualquer que eu escrevi num dia desses. Coisa de daydream mesmo, bem sonhador, bem tolo, bem com final bonito, bem NF. Mas meu espírito não está em paz. Está perturbado, o que nem é tão novidade assim.
Bem, conversei com minha amiga de pensamentos improdutivos ontem, e acho que a gente pensa mais-ou-menos igual em tudo. A conversa inteira só serviu para me mostrar que a vida é tão igual todos os dias. Que é tudo uma rotina.
Descubro que o Amor já se foi para mim antes mesmo de chegar. Só há essas paixões e que mesmo assim, não posso me dar ao luxo de tê-las cotidianamente. Descubro que sofro e sofrerei ainda mais. Que rio e rirei ainda mais.
Penso que meu quarto tá carregado de más energias, e que devo ter algum ensconto, também. Vejo que por mais que eu leia, escute, pense, escreva, nunca chegarei em meus altíssimos "auto-padrões". Penso que nem escrever mais sei, e que nunca soube. Penso que só sei falar, falar sem freios. Não sei nem ao menos pôr títulos.
Escrevo apra falar comigo mesma, escrevo para ver de descarrego algum tipo de tensão, mas vejo que não. Eu preciso de paz, verdadeira paz. Tá tudo funcionando como uma bomba, ou sei lá, qualquer coisa que exploda. Eu não esvazio nada. eu só acumulo, acumulo, acumulo. Eu não agüento.
Todo dia sinto algo a me incomodar que nem sei o que diabos é! E eu tento escrever tudo isso, mesmo não saindo nem um terço do que eu realmente tenho para esvaziar. Caralho, eu acho que tô ficando louca. EU PRECISO DE PAZ.
sábado, 30 de agosto de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Bem, passei a semana lendo João Cabral de Melo Neto, e acredito estar viciada nele e em toda essa coisa regionalista. Bem, aqui vai.
—Seu José, mestre carpina,
e que interesse, me diga,
há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
espera poder um dia
comprá-la em grandes partidas?
—Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida.
que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida?
Morte e Vida Severina
domingo, 24 de agosto de 2008
"And we don't have to love or think too much."
Weekend Wars - MGMT
Corpos cansados e eufóricos. Gatos de rua. É assim que vivemos: fodidos porém, livres. Somos estrelas cadentes, decadentes, nos perdemos no caminho. Pecadores. Amamos a vida, queremos queimar de uma vez só. Nômades, ciganos, hippies, andantes, pagãos. Somos o que estar por vir. Inocentes e indecentes. A paixão é tudo, o vício é tudo, o exagero é tudo. Queremos tudo, queremos muito e queremos mais. Viveremos assim até que a morte chegue, e nos leve para a próxima. Fast! Fast! Se não, perde a graça.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Os Perdidos
Do que adianta
essas vidas e essas cores
se tudo isso é o apenas o que os outros procuram?
Do que adianta toda a ilusão
se o interior é podre?
Podre como as ruas dessa cidade.
Podre como toda essa gente andando
preocupadas com seus egos e com seu próprio fedor
sem nem ao menos saberem se isso é o certo.
Ou sabendo que não é o certo.
Mas quem liga?
Seremos podres também!
Podres para alcançar todo e qualquer requisito.
Oh! Coitadas delas!
Oh! Coitados de nós!
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Mais uma pequena história qualquer
Os sorrisos, as fotos, a brisa, o sol começando a se pôr, as folhas que balançavam, os cabelos esvoaçantes e as nuvem de algodão-doce rosa. É, eu também gostava, não nego. Mas sempre achei que você gostasse mais. Eram poucos minutos, você não tinha tempo, a vida não tinha tempo para nossos pequenos momentos.
O inverno veio, e levou embora a brisa, o sol, os cabelos esvoaçantes e o alaranjado bonito do céu. E aos poucos, suas visitas também. Depois de semanas, entendi que você não viria mais. Mais nada de encontro às 4:30. Bem, admito que tua partida me faz falta e admito também que não entendo o que te levou a isto. Eu achava que tudo aquilo era suficiente para nos manter sempre vivos por dentro. Mas não para você. Ainda é inverno, nada de sol. E agora chove. Chove para me lembrar de que não tenho mais as fotos, nem as nuvens, nem os sorrisos. Apenas o anoitecer e eu.
domingo, 20 de julho de 2008
Aleatório
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Foi desperdiçando o período de mais de um ano que me tornei incompleta. "Quem sou eu?" foi a pergunta que fiz demais achando que assim iria crescer. E cresci. Mas quem disse que crescer é sinônimo de ser feliz? A quinze meses atrás as coisas eram diferentes. Eu era diferente. A quinze meses atrás tudo era mais simples aos meus olhos, que respondiam apenas "sim" ou "não" conforme a vontade. Meus olhos não pensavam. Quinze meses se passaram, e nossa como cresci! As indagações me fizeram crescer assimetricamente. Hoje sou desigual e cheia de pontas, que me puxam para direções diferentes. As forças se anulam e me fazem continuar no mesmo lugar. No zero de minhas ações.
O ultimo ano foi indiferente, e se estendeu até agora. Não fui às festas. Não me embebedei. Não me intupi de cigarros. Não conheci mil pessoas, porém, me envolvi com todas que conheci, e perdi muito tempo. Perder tempo? Já perdi todos os meus dias mesmo. Não procurei dormir cedo e bem todas as noites. Não fui uma boa aluna. Não estudei, nem li livro algum. Não me arrependi dos meus pecados. Cometi mais deles. Em um ano e três meses não fui a melhor amiga, nem a pior inimiga. Não fui desinteressada, nem esforçada. Não fui desgosto, nem orgunho. Nem castidade, nem luxúria. Não condenei, nem perdoei. Não fui nada. O "Quem sou eu?" não me deixava ser nada. Precisava descobrir, antes de ser alguma coisa.
Mais de um ano se passou e continuo sem saber e sem ser. Agora minha cabeça dói, meus dedos ardem. Acabei com o que restava de minhas unhas. E minha alma arde e dói junto com tudo isso. Mesmo assim continuo. Continuo sabendo e não sendo absolutamente nada.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Muda-danças
Existem duas formas de pensar sobre o comportamento das outras pessoas, do ser humano. Vou fazer das palavras d'um amigo, as minhas:
NF: por que as pessoas não são assim?
NT: as pessoas não são assimm, ok, o que eu faço agora?
Pois é. Sou uma pobre NF, que tenta mudar o mundo! Tá, eu nao tento, mas ah, como queria. Para começar, tenho uma auto-critica insuportável, e parece que não me acostumo as outras pessoas. Não facilmente. Como podem ser tão insensiveis!? Tão cegas!? Bem, não sei. Apenas sei que não é o certo para minhas convicções.
Quantas noites! Ah, quantas noites perdi o sono, apenas para pensar na cegueira da humanidade. No padrão dela. Padrão errado, e que não estou. Não me acostumo, não me adapto. Tento salvar poucas pessoas. Pessoas que talvez pensem da mesma forma que eu. Ou, que pelo menos aceitem minha forma de pensar.
Mas ah, como tem graça! No fundo, eu nao quero me adaptar realmente. Nem adaptar as pessoas. Quero mesmo é desperdiçar meus tempos com idealizações bobas. E como me delicio. E ah, como perco horas com isso, e como sou uma sonhadora, de fato.
No fundo é isso. No fundo, todos nao gostam de nada, a não ser de si mesmos. A humanidade que quero, nao é a mesma que queres, nem mesmo é a que é! Ninguém agrada ninguém, apenas a si próprio. Para quê mudar, se podemos tentar mudar os outros? E se ao mesmo tempo, mudamos por influencia alheia?
E o mundo muda, as pessoas mudam, tudo muda. Muda. Dança.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Não sabe quanto tempo passaram ali, apenas de frente um para o outro, apenas sendo abraçados pela brisa, apenas no silêncio, apenas sentindo. Não havia mais ninguém por perto, não havia mais nada, não havia nem ao menos frio. O silêncio foi quebrado por um sorriso. Sorriu e logo foi retribuida. E embora não emitissem som algum, seus sorrisos mantiam um continuo diálogo. Diálogo de amantes.
- Te dou essa chance. Chance de pedir-me que fique ao seu lado. Pode pedri-me que te ame para sempre. E para sempre me farei apenas teu.
Hesitou. Não podia pedir nada. O segredo todo estava ali: a liberdade. Poderiam ser amantes, e poderiam amar outras pessoas, mas sempre seriam amantes, sempre retornaríam e sempre estariam juntos quando para um dos dois fosse preciso. Não poderia acabar com tudo aquilo, não era justo. E tinha medo de tudo o que havia passado se repetisse, mesmo ele não sendo o mesmo, nem ela, nem as circustancias. E a distância. Ah, a distância. Ser dele e ele ser seu, mas com distância. Antes fosse livre, antes transformasse essas horas em momentos para serem lembrados, não em obrigação.
Não respondeu. E a reação dele foi a esperada. Não a entendeu. Nesse aspecto, não conseguia. Tentou sorrir mesmo assim. Logo não se lembrava mais. Não precisava entender, apenas aceitar. E aceitou por ela. E ela se sentiu amada.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Dias dourados
Os dias foram dourados e quentes. Verão. Ambiente novo, amor antigo. Resistiu ao tempo, e agora estava concretizado, como foi jurado anos atrás. Olhares, sorrisos e aromas. "- Finalmente". Pensou consigo mesma.
Chegou o dia. Era vez de separação, mas isso não incomodava mais. Havia futuras realizaçoes. "- Dê-me dois meses. Eu te amo, e eu vou voltar!"...
Agora, percebi que não posso continuar esse texto. Não é o certo a se fazer, não é o melhor.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Ser do rio
Foi esse trecho Harmada que me veio na cabeça. Talvez Jõao Gilberto Noll tivesse previsto que eu iria passar por aquela ponte, naquele dia, e pronto, escreveu o livro para que eu lesse e lembrasse justamente dessa parte. E foi como me senti. A ponte nem estava tão bem iluminada assim, e o Capibaribe estava escuro, negro. A vegetação na margem, também escura. Não se sabia onde começava o rio, nem onde terminava a folhagem.
Estávamos silênciosas, quem me acompanhava disse algo, nem lembro o que foi, muito menos o que respondi. Eu não tirava os olhos do rio negro que não conseguia ver, a não ser os reflexos amarelos das luzes fracas dos postes. Procurei a lua no céu, por um segundo achei que a localizando no céu, acharia o reflexo dela na água. Não achei nenhum dos dois. Na verdade, não procurei muito, apenas levantei um pouco a vista, e tornei a atenção para o rio.
Talvez essa fosse minha real vontade, me jogar da ponte, cair no rio e sentir suas àguas negras em todo meu corpo. Tenho essa vontade toda vez que atravesso alguma ponte a pé, mas não passa de um pensamento rápido. Era como se o rio fosse resolver todas minhas angústias, a todos os problemas, a todas as dores de cabeça, a todas as noites sofridas. Mas não, o rio não iria resolver nada. Acabou a ponte. Vou para casa. Daqui até lá, mais nenhuma ponte, mais nenhum rio.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Verbo Ser
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
Não sou.
sábado, 17 de maio de 2008
Liberdade
Queria realmente que horas eram, tinha uns raios de sol mínimos atravessando a copa das arvores. Devia ser manhã. Se perguntou em que saber que horas eram o ajudaria. Desistiu de pensar. Nunca chegava em conclusões concisas. Quanto mais andava, mas se notava perdido. Não havia nada que o ajudasse, nem trilhas, nem pistas, nem passos, nem nada. Depois de um tempo, ele percebeu que estava silencioso demais para uma floresta. Silêncio demais para qualquer coisa. Um silêncio infernal e pertubador.
Logo cenas começam a passar em sua mente. Um quarto, dentro uma cama e um homem deitado nela. O homem não está com uma boa feição. Na verdade, não tem feições visiveis. Ao lado da cama, uma luneta. Era a mesma luneta que tinha achado. Por um segundo, ele acha ser esse homem. Estranho, não se lembra de nada disso. Evita pensar mais uma vez. Continue andando! Disse para si mesmo. Estava exausto, mas havia começado a caminhar a pouco mais de dez minutos pelas suas não confiveis contas.
O silêncio maldito tinha acabado. Ouviu barulho de águas. Logo se viu de frente a um precipicio onde corria um rio com pedras logo abaixo. olhou para o lado e viu uma trilha que daria em algum lugar. Pronto, lembrou-se. A trilha daria na vila onde morava quando criança! Claro! Como pode se esquecer da floresta em que se atrevia a entrar quando não se tinha mais nada a fazer? Na verdade, nunca tinha entrado tão a fundo. E além do mais, não lembrava como tinha chego lá. Não importava. Poderia aproveitar e visitar seus pais, fazia tempo que não os via. A luneta já não estava mais com ele. Perdeu em algum trecho, como já fizeram. O sentimento de liberdade tomou conta de todo ele. Sabia para onde ir agora. Alí estava o fim de seus 10, 20 ou não se sabe quantos minutos de quase desespero. Livre! Gritou. E se atirou do precipício.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Incoerência
Mas, e se eu não quizesse tudo isso? E se eu não quizesse perder uns quilos, para ficar no padrão? Ou se eu não quisesse ir a uma escola e aprender matérias que odeio e se eu nem quisesse ter um msn? Pessoa diferentes demais, pessoas parecidas demais, que se preocupam com estética, têm um msn com umas trezentas pessoas e procuram estudar para arranjar um bom emprego, constituir uma familia e morrer em paz consigo mesmas. Acho que meu conceito de "estar em paz comigo mesma" é diferente. Diferente demais até para que eu mesma entenda.
Pessoas são contraditórias e como já dizem, "Tudo tende à incoerência". Pessoas são incostantes, e acho que tenho receio delas por isso. Na verdade, tenho receio de quase tudo.
E penso porque diabos quero fazer psicologia. "Ah, tu é meio pertubarda, ai tu vai fazer para se auto entender" é o que uns engraçadinhos dizem. Se eu mesmo afirmo que pessoas são incoerentes, que tenho receio delas, por que tentar estudar algo sobre seus pensamentos?
Bem, eu sou uma pessoa, e eu também sou incoerente.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Personalidade mútipla?
Alguem vende personalidade racional por ai?
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Verde, vermelho
Verde é a cor das coisas boas. Cor de paz, cor de pureza, cor de bondade. Verde-escuro é uma bondade introvertida, cautelosa, com medo de mágoas. Verde-claro é espôntanea, extrovertida, bondade que exala pelos poros, não quer saber quando, nem a quem, bondade das mais puras.
Vermelho me dá a impressão de algo falso. Algo egoísta, porém tentador. Algo ruim. Me considero uma pessoa ruim e sem méritos algumas vezes. Talvez eu seja um vermelho, talvez por isso eu goste de vermelho. Nem sempre, mas gosto. Seria eu realmente uma pessoa má? Eu só me comporto como a maioria das pessoas se comportam. Eu me comporto e penso de maneira 'normal', como boa parte de gente no mundo. Mas quem disse que as pessoas são boas? Quem disse que pessoas são seres puros e bondosos? Pessoas de cor verde quase não existem mais. A maioria vermelha, uma parte de cor indefinida, mas quase nenhuma verde.
Talvez tenha sido minha culpa. Talvez meus pensamentos conspirararam contra minha "vontade" que na verdade, foi pura racionalidade, não realmente vontade. Pensamento é poder? Nem sempre. Mas se dessa vez meus pensamento realmente foram poder, foi hora em que menos devia ser. Meus pensamentos foram vermelhos demais.
E meus pensamentos verdes? Onde estão? Bem, onde quer que estejam agora, não tenho medo deles. Acho que estão voltando, e que venham com toda essa estória de que pensamento é poder.Os verdes podem se realizar, sem problemas, sem receio de minha parte. E por favor, continuem verdes, não quero me tornar uam pessoa vermelha de novo. Fiquem verdes, nem que seja um verde bem, mas bem claro. Verde muito claro é bondade forçada, falsa. Mas pelo menos ainda é bondade.
Talvez eu nem seja uma pessoa tão vermelha assim. Talvez eu seja um vermelho-esverdiado ou um verde-avermelhado, quem sabe. Talvez eu tenha as duas cores dentro de mim, em um quase equilibrio. É, eu as tenho, mas ainda prefiro ser verde.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Luzes amarelas
Subi no ônibus. Nem olhei na cara do motorista, mas eu não gostava daquele cobrador. Pelo menos hoje ele está simpático. Crianças no ônibus. Junto das crianças uma mulher, se eu não me engano era tia delas e parecia estar dando em cima de um moço dentro do ônibus. Sabia desde o início da semana que esse dia seria especial, poético. Pensava: Ah, quinta-feira terei algo para escrever. Não sei explicar, eu apenas senti isso. O centro da cidade tá mais cheia do que eu imaginava para o feriado. Tenho a impressão de ter visto alguém conhecido no fundo do ônibus, só impressão. Tento ler mas nem consigo. Fecho o livro.
Um restaurante cheio, bem cheio. Shopping aberto, fast food aberto. Muita coisa aberta para ser dia do trabalhador. Uma parede grafitada, bonita. Rio. Rio não, estou quase gargalhando dentro do ônibus. Sensação de liberdade, sensação boa. Posto de gasolina aberto e eu agora, sozinha dentro do ônibus. Sozinha, a sensação de liberdade se transforma num vazio, mas um vazio bom. Sorrio novamente olhando pela janela. Passo pela ponte, e ahco que é a Duarte Coelho. Tá bonita, tá iluminada, luzes amarelas. Eu adoro os rios daqui, adoro as pontes e adoro as luzes amarelas refletindo na água à noite. O Capibaribe é grande. Recife antigo, as ruas estreitas e mal iluminadas.
O ônibus para no terminal e eu continuo sorrindo. O cobrador fala que o onibus tem 5 minutos para ficar no terminal. 5 minutos sem sorriso no rosto e sem luzes amarelas. Vou chegar 5 minutos mais tarde em casa. O ônibus que eu perdi acabou de sair do terminal. É, 5 minutos. Lembro agora do filme. Bob Dylan era um cara legal, mas não o bastante. O cobrador chato (mas hoje nem tanto) desceu do ônibus para fazer algo e eu só escuto o motorista tilintando moedas. Tenho certeza que vi um cara de uns 50 anos entrando no ônibus logo que chegou no terminal. Não o vejo mais aqui dentro. Não tem anda para se olhar aqui, parada a não ser portas fechadas, o sinal vermelho (que acabou de abrir) lá na frente e o letreiro luminoso de um banco. Ah, o cara de 50 anos está dentro do ônibus, eu não estava louca. Ele apenas sentou bem no fundo.
Eu sabia que hoje ia ser um dia que me daria o que escrever, sabia. Repito. O motorista ligou o ônibus, passaram-se os 5 minutos. Cadê o cobrador? Chegou. Volto a ver uma cidade bonita. Macabra, mas bonita. Miserável, mas bonita. Tentadora, mas bonita. Vejo mais luzes amarelas. O onibus dá a volta e agora passo pela ponte novamente, com as lindas luzes amarelas, só que no sentido contrário. Eu realmente gostei dessas luzes amarelas. Pessoas paradas. E lembro de uma pessoa agora. Prefiro não citar nomes. Acho que ela provoca em mim essa sensação de liberdade que sinto agora na cidade. O onibus já começa a encher e já escuto vozes. São 19:10, mas tá com cara de 9:47. É o feriado. Menos gente na rua. Na verdade o feriado mata a cidade, mas causa essa liberdade indescritível. Passo por outra ponte tambem de luzes amarelas. Mas os poste são feios, altos demais. Onde estão as luzes amarelas? Aquelas dos postes baixos com globos de vidro? A cada metro da cidade deveria ter um poste gracioso de luz amarela. Estou com fome. Fome de luzes amarelas.
terça-feira, 29 de abril de 2008
Introdução
Descobri que a vida é ruim por natureza, você que tem que muda-la. Descobri que tenho coisas melhores para me preocupar. E que Recife é uma cidade legal de se viver.
Bem-vindo seja os novos tempos.