quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Aleatório II

E agora chove. Chove forte nessa manhã de verão em pleno início de dezembro. A chuva serve como um descanso. Descanso para minha alma tão pequena. Descanso para minha cabeça cheia de neuroses. Descanso para meu corpo cansado desses dias quentes e quase insuportáveis.
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- E você, gosta?
- Não, eu não gosto.
- Por que?
- Ah, por que nao gosto. Precisa-se de algo mais?
- Claro que precisa-se. Precisa-se de motivos.
- Não existe motivos para o não gostar. Quando não se gosta, não se gosta e pronto. Eu não gosto. Acho até que o não gostar é a falta de motivos para que se goste.
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A chuva destruiu as rosas no jardim.
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Quando pequena, gostava de repetir a mesma palavra baixinho, inúmeras vezes, até que perdesse o sentido. Depois, repetia-a devagar, sílaba por sílaba, até conseguir achar novamente o seu significado. Hoje em dia não consigo mais fazer com que as coisas percam ou ganhem significado tão rápido assim.
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A temperatura subiu de novo. Dia quente, meu Deus!

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"Eu ia embora de mim: isso era tudo. Eu ia embora de mim sem saber de onde vinha nem para onde iria..."
Caio Fernando de Abreu