terça-feira, 30 de setembro de 2008

Terça-Feira, início da noite. Ah, que vontade de chegar logo em casa! Mas não 'tô com dinheiro para duas passagens. Eu sabia que teria de escolher entre comer algo à tarde, e o suposto conforto de não ter que andar muito. Mas cara, eu 'tava com fome. Ou pelo menos, com vontade de mastigar algo. É por isso que estou acima do peso, comer se tornou um vício. Sabe de uma coisa? Vou pegar o ônibus indo em direção ao centro mesmo, dando o retorno. Não 'tô com a mínima vontade de ir andando até a parada, ainda mais agora, que começou a chover. Bem, não ligo de chegar tarde em casa.

(...)

Que ônibus cheio! Pensei que a essa hora viesse mais vazio. Espero que apareça logo um lugar para sentar, 'tô afim de ler.

(...)

Ah, sabia que alguém iria descer. Não era possível que todos aqui tivessem tido a mesma idéia de pegar esse ônibus em direção ao centro da cidade para também poupar caminhada, ou sei-lá-o-que.

(...)

Estou incomodade de estar sentada aqui. Deveria ter sentado onde houvesse uma janela. Ah! Ficou livre uma cadeira alí. Vou me sentar lá. Chutei algo sem querer. "-Desculpa!" Quase não tive voz para falar. Nossa, deve ter doído. O pé dele 'tá enfaixado e tudo mais. 'Tá até gemendo e resmungando de dor. Ah, mas também, o cara 'tá com o pé machucado, e vai o colocar na passagem? Não deu tempo nem de olhar, nem de pensar nem nada. Levantei, e "-Pum!", chutei o pé machucado desse pobre. Ah, se pelo menos ele não fosse tão sonoro com seus resmungos...Ah, pronto! Era só o que faltava para acabar com meu dia. Vou ficar a pensar sore isso todo o tempo. Mas cara, eu pedi desculpas! Foi sem querer, eu juro! Eu não pude evitar. Eu só levantei e... Ah, chega! Você não fez nada de errado, você foi até educada! Pediu desculpas e tudo mais! Se fosse com ele, aposto que nem se importaria. Nem pediria desculpas, nem nada. Se duvidar, ainda pisaria de novo e daria uma de sonso. As pessoas dessa cidade são muito mal educadas, voê até que fez muito! Você deveria era dar...Ah! você foi descuidada, você deveria ter prestado mais atenção. Mas ah, eu não iria adivinhar que o pé dele... Não importa, você é uma pessoa indgna. Sou indgna por ter pisado no pé machucado de um desconhecido? E ainda por cima, sem querer? Você ainda diz só? Você sabe o que você fez, você pisou... AAAAAAAAAHHH! Chega! Vou enlouquecer se continuar pisand... ops, se continuar pensando nisso. Até por que, pisou 'tá pisado, posso fazer mais nada. Nossa, pensei tanto no homem e no seu pé, que ele nem 'tá mais no ônibus. Desceu e nem percebi.

(...)

Ah, que vontade de comer o que sobrou dos biscoitos que comi à tarde. É o vício de comer. Ah, não gosto de comer em público. O que eles vão pensar? "-Ah, por isso que ela 'tá gorda desse jeito, come até no ônibus."

(...)

Ah, sabe de uma coisa? Minha leitura já foi interrompida mesmo, já gastei energia e neurônio demais pensando no homem-o-qual-seu-pé-eu-pisei. Fora isso tudo, eu não devo nada à ninguém mesmo, até por que, não adianta me julgar, minha senhora, pois a senhora já está bem gordinha. E você também, seu moço sentado aí na frente! Vou é comer essa droga de biscoito enquanto escrevo todo esse meu diálogo interno.

domingo, 21 de setembro de 2008

São 7 da manhã, e acaba de acordar com um desconforto terrível. "O que merda é essa? - Pensou". Queria ter dormido até as dez, mas essa agonia desconhecida não a deixou dormir mais. Banho, café-da-manhã, escovar os dentes e sair de casa. Não costuma fazer esse ritual diário tão cedo quanto hoje, mas já que está de pé, precisa sair. Não 'tá afim de ir para a aula mais tarde. Queria passar a manhã e a tarde toda na rua. Quereia passar a manhã e a tarde inteira num lugar legal, queria passar a manhã e a tarde inteira ao lado dele. Ah, queria tanta coisa que passaria a manhã e a tarde inteira só pensando em o que se fazer.
Coloca alguma música para tocar. "Nossa, eu poderia casar com essa música! There must be someway out of here, said the joker to the thief.- Ela diz em voz alta mesmo, e depois canta afinadamente". Veste a mesma roupa de sempre: Um jeans velho, uma camisa sem estampas e um par de chinelos. "Ah, ele também gosta de Bob Dylan. Engraçado é quando ele diz que montaremos uma dupla folk e seremos viajantes. Iremos viver o presente. É isso o que ele diz. Seremos livres e felizes para sempre até que um dia, um dos dois morra de alguma doença, ou naturalmente ou de algum acidente ou... Ahh! Chega de pensar em morte. Você só consegue enxergar o fim das coisas? - Ela fala consigo mesma". No fundo ela se entusiasmava com toda essa boba história. Nada mais empolgante que uma vida intensa e um final trágico. "Já é nove! Sonhar me faz mal, preciso sair."
"Chaves, celular, dinheiro, caderno. Acho que é só!Mais algo?" O dia 'tá ensolarado mesmo sendo Agosto. Gosta do sol e do vento. Na rua compra, rosas. De vez em quando se dá flores de presente. Filas, lojas e espera. São 11:30 e ela já fez tudo o que tinha programado. Deu vontade de comer sushi. "Ah, sabe de uma coisa? Vou telefonar para ele. Quem sabe ele não quer almoçar comigo? Quem sabe ele não quer passar a tarde comigo? Quem sabe ele não quer passar a vida comigo? Quer saber? Começaremos nossas viagens hoje, se for preciso! - Aproveita que a coragem bateu, e tecla o número."

É sempre ela. Sempre aquela mesma garota. Aquela que sempre pega o ônibus no mesmo horário, e que as vezes decide voltar para casa mais cedo. Ela entra e dá um risinho de "bom-dia" subentendido ao cobrador. Passa logo. Senta onde tem menos gente. Entra muda e saí calada. Não conhece ninguém mesmo, não fala ao telefone, nem escuta música. Às vezes tira o caderno da bolsa e escreve. Escreve, escreve, escreve até enjoar e joga fora depois todos os manuscritos. Quando não escreve, apenas observa o vazio com seus olhos melancólicos e confiantes ao mesmo tempo.
É sozinha embora já seja conhecida pelos cabelos vermelhos e sempre assanhados, pelas calças folgadas, pelos olhos borrados de negro, pelas unhas curtas e roídas e mesmo assim, pintadas às vezes de preto, vermelho ou alguma outra cor berrante. Vive apaixonada pelo rapaz charmoso e pela menina sorridente de palavras bonitas. Tem assuntos inacabados e casos não-resolvidos. Ela é algo que ninguém vê.

[...]

E no fundo, no fundo mesmo, ela prefere nem ser notada. É mais interessante desse jeito.

sábado, 20 de setembro de 2008

Boa noite

Eu por enquanto vou trazer para cá algumas coisas do blog antigo. 'Tô afim de apagar ele Mesmo. Foi em 23 de Abril, mas de lá para cá, a situação não mudou muita em coisa.






"-Boa noite (:"
"-Boa noite"
Foi assim que acabou. Logo desisti do que estava fazendo. Fui para o quarto. "PDA" do Interpol é uma música legal de se ouvir essas horas. Interpol é sempre legal de se ouvir a qualquer hora. Mas isso não importa. Eu não tô triste, mas tambem não posso dizer que satisfeita. Peguei um livro, não consigo me concentrar na leitura. Eu esotu sendo chata. Estou sendo infantil, com certeza. Me desculpa. Talvez eu esteja sendo as duas coisas que eu mais temo na vida: Ridícula e infantil. Mas eu nao consigo pensar em outra coisa. Causou um impacto. Não um impacto ruim, mas um impacto. É, 15 anos apenas. Coisas novas há de vir, e o tempo acaba encaixando as coisas nos lugares certos (ou nos menos errados). Eu temo o futuro. Não o que está para acontecer, mas o que não vai acontecer. Tem qe acontecer. As coisas podem acontecer certas ou não. Mas têm que acontecer.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Desabafo de um alter-ego

Ah, mais um desabafo qualquer para começar o dia (Ou para terminar. Hoje, só dormirei quando amanhecer). Quanto tempo faz? Dois? Três meses? Seja o tempo que for, já sinto tua falta até demais. Eu odeio sentir que te perdi antes mesmo de te ganhar. Não, não te perdi como te disse da ultima vez em que te escrevi (foi da última vez? ou foi da penúltima?). Agora é pior. Te perdi por tempo indeterminado, que memso assim, espero que seja para sempre, se for para tua felicidade. Nunca mais vi nem ao menos teu bonito sorriso. Bonito sorriso de uma pessoa bonita. Eu ainda me sinto estranho com tudo isso, ainda me sinto confuso, ainda sinto o fim. Mas ah, nada de lamentos. Eu sabia disso tudo desde o inicio. Nós sabíamos. Mas estranho, é isso tudo que sinto, essa coisa singela, mas ao mesmo tempo, egoísta. Não te queria para mim, mas também, não te queria para mais ninguém. Te queria sempre assim, solta. Queria que fosse aquele passarinho de sempre, o qual eu observava, só de longe. Pelo qual nutro essa paixão bonita, essa coisa que nem sei explicar. Queria te ver assim. O Amor só tem sentido assim. Se vira algo próprio, perde o encanto. Perde essa coisa, esse medo de perder e essa vontade de cuidar. Mas bem, não há nada para ser feito. Voa livre, passáro bonito. Mesmo que seja para longe (mais?) de mim.

sábado, 6 de setembro de 2008

"E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência." Caio Fernando Abreu


Hoje eu iria postar um conto qualquer que eu escrevi num dia desses. Coisa de daydream mesmo, bem sonhador, bem tolo, bem com final bonito, bem NF. Mas meu espírito não está em paz. Está perturbado, o que nem é tão novidade assim.

Bem, conversei com minha amiga de pensamentos improdutivos ontem, e acho que a gente pensa mais-ou-menos igual em tudo. A conversa inteira só serviu para me mostrar que a vida é tão igual todos os dias. Que é tudo uma rotina.

Descubro que o Amor já se foi para mim antes mesmo de chegar. Só há essas paixões e que mesmo assim, não posso me dar ao luxo de tê-las cotidianamente. Descubro que sofro e sofrerei ainda mais. Que rio e rirei ainda mais.

Penso que meu quarto tá carregado de más energias, e que devo ter algum ensconto, também. Vejo que por mais que eu leia, escute, pense, escreva, nunca chegarei em meus altíssimos "auto-padrões". Penso que nem escrever mais sei, e que nunca soube. Penso que só sei falar, falar sem freios. Não sei nem ao menos pôr títulos.

Escrevo apra falar comigo mesma, escrevo para ver de descarrego algum tipo de tensão, mas vejo que não. Eu preciso de paz, verdadeira paz. Tá tudo funcionando como uma bomba, ou sei lá, qualquer coisa que exploda. Eu não esvazio nada. eu só acumulo, acumulo, acumulo. Eu não agüento.

Todo dia sinto algo a me incomodar que nem sei o que diabos é! E eu tento escrever tudo isso, mesmo não saindo nem um terço do que eu realmente tenho para esvaziar. Caralho, eu acho que tô ficando louca. EU PRECISO DE PAZ.