sábado, 23 de maio de 2009

I'm not a bad man, I'm just overwhelmed.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

"Era um homem franzino, ar de cansado - um tipo muito conhecido naquela praça. Fazia anos que andava por ali, todos os dias, desde o anoitecer até a madrugada, sentado nos bancos, percorrendo os cafés ou arrastando os passos pelas calçadas. Às vezes ficava a noite inteira sem falar com ninguém, apenas fumando, olhando, pensando... O pessoal da imprensa chamava-lhe "Chicharro", porque diziam que ele estava morto e não sabia; falecera em 1918, vítima da influenza espanhola, fora sepultado e comido pelos vermes, mas não dera ainda por isso. O homem encolhia os ombros. Não ria nem se zangava. (...) E quem sabe se ele não estava morto mesmo? Talvez todas as pessoas estivessem mortas, fossem apenas chicharros que andassem pela vida como fantasmas."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

- Não se preocupe comigo.
- Não dá. Tu faz parte da minha felicidade, se tu não tá feliz eu não tô feliz. (...) Eu me preocupo quando tu some assim, tenho medo, medo que tu não volte, sei lá.

terça-feira, 19 de maio de 2009

- Qualquer menina normal da nossa idade tem um namorado!
- Mas agente não é normal.

domingo, 17 de maio de 2009

Seca,vazia. Morta por dentro, sei lá.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Summertime

Parece que vai chover. Os dias passam lentos, lentos. E de tão lento passam rápido. Eu tenho essa sensação a toda hora. As coisas andam tão devagar que você nem percebe que elas se movem. É como o ponteiro menor do relógio, como a sombra de um objeto qualquer, como a velhice. Agente não percebe, mas quando se vê, o ponteiro já avançou dois ou três números, a sombra já está apontando para outro lado e nós já estamos alguns - ou não só alguns - anos mais velhos. Agente não percebe a passagem, só percebe depois, bem depois. Hoje eu estou assim, lenta, muito. E talvez até velha, muito. Velha de alma, por assim dizer. E eu com o meus não completos dezessete anos já me vejo com os mais de cinquenta da minha mãe, eu não sei dizer. Não sei mais se vai chover, acho que foi só uma nuvem que encobriu o sol. Summertime, time, time. A voz rouca canta, e nossa, como eu queria uma voz rouca assim também. Hoje estou lenta e velha, eu não quero pessoas muito próximas. Hoje estou lenta e velha, não quero conversas. Lenta e velha, só quero assistir o mundo de fora dele, como se eu já tivesse tudo o que eu tinha de fazer em minha vida. Como se eu não fizesse parte dele. Lenta como o ponteiro, velha como o tempo. Lenta como a sombra, velha como o sol. Lenta como a velhice, e velha como ela também. Quero só estar velha e lenta neste dia que nem sei se vai chover ou não. Quero só o ponteiro, a sombra, a velhice, o relógio, o sol, os anos, o objeto, o tempo e as pregas no rosto em meu summertime.

sábado, 9 de maio de 2009

A pequena esperança

Minha esperança andava pequena como a esperança que encontramos lá, entre as folhas. Ela ia pequena, bem escondida, mas foi encontrada. Acho que era a menor esperança que já vi na vida. Só para constar, odeio insetos. Mas essa era tão pequena que não dava nada. Foi aí que aconteceu "- Nossa esperança, gente!" e nessa coisa toda de agarrar a nossa esperança, de não deixá-la escapar, de tentar trazê-la para junto por menor que fosse, foi que o bichinho perdeu a perna. A esperança era tão pequena - talvez até, insignificante - que foi só chegar perto, tocar, que a perna dela caiu. Nossa esperança ficou sem perna. E minha esperança é assim mesmo: Não se apega muito a ela não, que ela se desfaz, se rompe como a perna do bicho coitado. Agora sigo eu, com minha pequena e mutilada esperança - ou o que resta dela.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fantoches

Érico Veríssimo já havia me dito que essa coisa de livros e mais livros não dá certo, que tem que haver vida real, me entende? Mas saiba que não existe essa coisa de vida real para mim, não senhor. Até por que, 'cá estou eu citando um autor, mesmo quando digo que não devia nem mais falar em livros. Ô vida de fantoche!