
Foi esse trecho Harmada que me veio na cabeça. Talvez Jõao Gilberto Noll tivesse previsto que eu iria passar por aquela ponte, naquele dia, e pronto, escreveu o livro para que eu lesse e lembrasse justamente dessa parte. E foi como me senti. A ponte nem estava tão bem iluminada assim, e o Capibaribe estava escuro, negro. A vegetação na margem, também escura. Não se sabia onde começava o rio, nem onde terminava a folhagem.
Estávamos silênciosas, quem me acompanhava disse algo, nem lembro o que foi, muito menos o que respondi. Eu não tirava os olhos do rio negro que não conseguia ver, a não ser os reflexos amarelos das luzes fracas dos postes. Procurei a lua no céu, por um segundo achei que a localizando no céu, acharia o reflexo dela na água. Não achei nenhum dos dois. Na verdade, não procurei muito, apenas levantei um pouco a vista, e tornei a atenção para o rio.
Talvez essa fosse minha real vontade, me jogar da ponte, cair no rio e sentir suas àguas negras em todo meu corpo. Tenho essa vontade toda vez que atravesso alguma ponte a pé, mas não passa de um pensamento rápido. Era como se o rio fosse resolver todas minhas angústias, a todos os problemas, a todas as dores de cabeça, a todas as noites sofridas. Mas não, o rio não iria resolver nada. Acabou a ponte. Vou para casa. Daqui até lá, mais nenhuma ponte, mais nenhum rio.
Rio, as lágrimas das pedras, do barro, da selva... Tentador a opção de morrer em um rio, em um puro rio... Belo desabafo! gostei muito... Bom assim que tiver um tempinho irei por seu link a meu blog, mereces mais divulgação!
ResponderExcluirPega meu msn no blog e add lá, é sempre bom ter amigos que sabem usar as palavras.
Beijo na nuca
Bye Bye
Em outro discução, mas também relevante a esta atração, deve ser assim que as drogas nos atraem... Como um rio que passa debaixo de uma ponte para se atirar! :/
ResponderExcluirNão sei... Tudo começa na definição do que é droga e o que não é!
A fuga é um dos sentimentos mais renitentes... Esse rio deve ser lindo, ao seu modo...
ResponderExcluirBelo texto. =]
Até!
Olhando Pra Grama - Crônicas de um ansioso
Olha vc escreve muito bem pra sua idade.
ResponderExcluircomeçei a escever com 15 anos.
e te agaranto vc tá bem melhor do que eu na sua idade.
trabalhe isso vc tem futuro.
beijos menina e obrigado pelo comentário doce
Thank's :)
ResponderExcluirO rio certeza que é fraco,
mais forte é a ponte utópica
que você cria, mesmo sem a ponte
és capaz de andar sobre as águas.
Sentimento são fortes como a pedra.
Agora vai, passe pela ponte, ande sobre as águas ou nade, nada pode te vencer, viu?
bj's
Poema perfeito!
ResponderExcluirAdorei o blog!
Mto bom, tu escreve mto bem!
Beijo*
acho que voce deve ser infp.
ResponderExcluirnão?
se sim, acho que costumamos ter uma impressão um pouco parecida das coisas. Se bem que isso não é uma regra, óbvio.
Seu post (li inteiro e achei muito bom), me identifiquei bastante também. Sempre tenho essa vontade de mergulhar nas águas por baixo do concreto.
Lembrei-me de um documentário bastante polêmico, chamado "The Bridge", não sei se conhece. Mas enfim, deixaram uma câmera o ano inteiro filmando uma ponte famosa nos EUA (não lembro qual) e documentaram todos os suicídios que ocorreram. Bastante chocante, acho que tem o trailer no youtube...
sei lá, só lembrei.
essa vontade, não é uma coisa só nossa.
=D
beijo guria, te achei uma graça
...
ResponderExcluir-Eu já me peguei com as mesmas sensações, principalmente quando passava pelo velho Capibaribe, na ponte Buarque de Macedo, já noite.
E penso agora que pontes me ligam mais que as ruas... pois uma ponte sempre uma margem liga a outra...