quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Luzes da cidade

Vista de longe até que não parece tão má assim. - Foi o que pensou logo que começou a caminhar dentro da noite fria, porém, está enganado quem pensa que o frio é incômodo, muito pelo contrário. Está indo embora e desta vez, definitivamente. Chega do calor e aconchego da cidade, das pessoas próximas demais e ao mesmo tempo, chega do frio e desamparo, das pessoas distantes demais. Ele não sabe explicar tamanho contraste, pensa tanto que ao mesmo tempo não pensa nada. Só caminha pela beira da rodovia, melhor não aprofundar demais nenhum pnsamento. Deve ser umas 5:30 da tarde, o céu quase escuro dá realce as primeiras luzes aparentes de qualquer lugar. Qualquer lugar como qualquer poste que ilumina qualquer bêbado mendigo que dorme pelo chão. Talvez a luz vinda um apartamento qualquer onde se reúne uma família qualquer para que se inicie a janta. Talvez luz vinda de uma casa qualquer onde more uma viúva solitária qualquer que nao goste de escuro. Luzes em toda parte da cidade.

Cada vez mais perto, cada vez mais longe. De fato, a cidade fora sua tormenta durante muito tempo. De fato, ele vai sentir falta das pessoas próximas e distantes demais e pode ser que até pense em voltar durante a viagem. Talvez ele já queira voltar, só que ninguém sabe. Nem mesmo ele. Apenas caminha sem rumo pré-definido e sem pressa alguma. As luzes da cidade cada vez mais bonitas. E ele caminha. As luzes da cidade cada vez mais fortes. Sem pressa. As luzes da cidade a persegui-lo. Acende um cigarro segue seu caminho. Esquece as luzes.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Soulmates

'Tava demorando. 'Tava demorando a você me proporcionar esse sofrimento gostoso toda vez que entra em minha vida. Tudo bem, você está em minha vida, mas sofro muito mais quando lembro disso. Te amo, e você sabe disso. Me amas e também sei. Mas também sei que não me amas da maneira a qual queria. Queria você para mim, confesso. E ao mesmo tempo, não queria. Queria você de ninguém para eu poder te observar só de longe. Confesso também que nao aguento olhar para nenhum vestígio seu. Nada que lembre tua presença. Tua presença sempre tão desejada por mim. Ah, que tola. Que tola me torno quando penso nisso de ir embora. Ir embora para ficar com você. Que tola me torno quando penso no teu belo sorriso, graça. Que tola me torno quando leio o que escreves e me sinto tão pequena. Tão pequena diante de você. Você e toda essa sua beleza. Uma pessoa bonita. Pequena e distante. Mas ah, eu te amo e amo sofrer por você. Te amo e amo a forma como você ama a outra pessoa. Te amo e amo a nossa distância. Te amo e amo qualquer coisa que seja proveniente de você, por pior que ela seja. Amo qualquer sinal, qualquer lembrança, qualquer sofrimento vindo de tua pessoa, amor. Desculpa minha audácia, mas amo e sonho com o dia em que estaremos sempre por perto. Como seres colados. Soulmates.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A tarde mais idiota de janeiro. Tenho certeza. E o pior cara, é que 'tá uma tarde bonita 'pra caralho e nem 'tá tão quente assim. Uma tarde bonita, bem amarela como deve ser. Só vejo as folhas das plantas balançarem lá fora, no jardim. No meu jardim de gnomos e deuses gregos (é, eu não esqueci disso, achei sei lá, engraçado, no mínimo) que na verdade não é só meu jardim. Eu não deveria estar enfurnada nessa casa. Eu deveria criar vergonha na cara e dizer: - Ah, vou sair mesmo. Para onde? Por aí. Quem sabe só pegar um ônibus e esperar ele dar a volta na cidade. Só para olhar a tarde de diversos pontos. Só para ver as pessoas na rua, andando. Andando. Férias e eu aqui. Férias é ainda pior. Nas férias eu não saio de casa. Nada de badalações loucas em praias, nada de casa de amigos, nada de encher a cara em um bar qualquer. Nada de nada. Mas ah, eu sei que não sou disso. No fundo eu 'tô mais para lone ranger do que para uma social butterfly mesmo.

Enquanto a tarde passa, 'cá estou comendo. Férias é foda, acho que voltarei um três quilos mais gorda para a escola. Ok, talvez seja menos. Enfim, voltarei e começarei tudo de novo. Verei as mesmas caras, e as mesmas caras me verão com meus quase três quilos a mais. Voltarei e ignorarei ainda mais. Esse ano a postura é diferente, meu bem. Enquanto a tarde passa estou aqui, em casa. bem que você poderia me chamar para sair, não é? O que você 'tá esperando, ein? Já estou fazendo a minha parte, querido. A parte de ser díficil. A sua parte de criar coragem e me chamar para sair você ainda não fez. Posso até estar sendo antiquada, perdão, mas é que eu sou assim mesmo. Até por que, caso dê algo errado, quem chamou para sair foi você mesmo. Não quero correr o risco de te convidar. Até por que, posso olhar para tua cara e simplesmente, desgostar. Posso mudar e não querer nem mais ouvir teu nome. Ou você pode perceber meus quase três quilos a mais. E por favor, não quero ser acusada de ser perca de tempo para ninguém ein! Então vai logo, adianta esse negócio aí, ok? Não tô afim de esperar mais. Só não sei se você vai encontrar outra tarde como essa tão cedo.

A tarde 'tá perdendo a graça, até. Quando se pensa mais em algo, perde-se a graça, não? Não se pode olhar muito afundo as coisas, nem prestar muita atenção nos detalhes ein. Esse é o segredo. Olhar de banda, fingir que vê, ignorar, até. Então pronto. Tarde, que tarde? Uma tarde comum de janeiro, apenas. Nada demais.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

- Você já deveria saber que todos eles são iguais, minha criança. Te livrarei desta vez.
- Ah, obrigada!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ô meu anjo da guarda, meu anjo protetor, 'cê 'tá me escutando agora? 'Tá me ouvindo mesmo? Me ouvindo nessa noite escura? Mas ah, me diga que sim, pois preciso de tua ajuda! Ô meu guardiãozinho, me ajuda a aguentar isso? Me ajuda a deixar isso passar. Me diz que vai conceder meu pedido, por favor! Me garante que eu vou escapar ilesa dessa. Pois vcê nem sabe o mal que me aflinge! Você nem sabe pelos dias que passo! Me ajuda a não me apaixonar, meu querido. Meu estimado, meu protetor, me confirma que eu não irei me entregar a esses mares obscuros da paixão, tá bom? Ouve minha prece, não me deixa assim, implorando. Me diz que isso tudo é ilusão, me convence que eu não sirvo para essas coisas. Me convence que ele não serve para essas coisas. Me convence que o mundo não foi feito para isso. Me convence que eu tenho meus objetivos para lutar. Me tira isso da cabeça! No fim, eu te faço uma oferenda por ter me livrado disso, 'tá bom? Só me faz desgostar, 'tá certo? Não me deixa cair em tentação, meu anjinho. Amém.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sai de perto de mim, cara. Tu não vê que hoje eu não 'tô pra conversa? Tu não vê que os dias estão aí, passando, e eu aqui, ficando? Me deixa em paz que hoje eu não preciso de mais ninguém. Agora saí da minha frente que eu vou embora. Sai que eu vou sair hoje, eu não 'tô nem aí. Sai que eu já cansei de você, da sua cara e desse seu bando de "pariceiro". Vou-me pois preciso surtar, preciso explodir. Para depois começar tudo mais uma vez. Depois eu posso fingir que sou forte de novo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Happy new year, loser II.

Acho que bati um recorde. Estou escrevendo aqui em menos de 24 horas depois do ultimo post. É que hoje eu 'to assim, escrevendo compulsivamente. Acho que já devo ter escrito uns trocentos rascunhos. Hoje, dia 31 de dezembro, ops, ontem, dia 31 de dezembro acordei naqueles dias em que não se quer sair da cama. Acordei com aquele pensamento de "Putamerda, volta a dormir, mayara. VOLTA A DORMIR!". É quando a realidade é menos interessante que o sono, mesmo que esse tenha sonhos nada tão bons assim. Bem, chutei a parede, esmurrei a cabeceira da cama, passei alguns minutos deitada (uns 40 minutos, acho) e decidi levantar. A empregada já em casa. Irmão dormindo, pais trabalhando. Menos mal. Eu perdi um ano escolar nesse caralho de vida, ô céus! E nossa, perdi também o controle sobre a minha boca. Menos palavrões, Mayara, por favor. Onde será que enfiaram a cartela de Dorflex? Que dor de cabeça terrível! Depois de confusões (pularei esta parte) chegou a tarde e fui a padaria. Pus a mais velha calça jeans que tinha e minha camisa preferida, aquela preta escrito "HATE" bem grande nas costas, igual ao Ian Curtis. Pão (ninguém aqui vive sem pão e amanhã, aliás, hoje é feriado, né?), uma duzia de docinhos calóricos (foda-se, posso engordar 10 quilos em 2009 e não ligo mais), salgadinhos e um pequeno bolo. R$ 24,75. Sol na minha cara. Sol de dezembro, quente, quente. Chego em casa e mais nada de muito interessante acontece.

Depois de passar algumas horas na internet, chorar para caralho e ajudar minha mãe, chega perto da "grande hora". Nem amigos, nem parentes por aqui. Eu e minha família já é mais que o suficiente. Espero as poucas horas que faltam jogando Playstation (Decadência!), tomo um banho, coloco uma calça jeans mais nova e outra camisa preta, mais velha. Acho que tenho roupa preta demais em meu guarda-roupa. E 2009 chega. Chega com sorrisos de meus pais, com champagne e com bastante comida, porém sem sorrisos de minha parte, sem ânimo e sem roupa de baixo (pequena promessa feita entre amigos). Fora o fato que eu odeio fogos de artifício. Ô datinha hipócrita! Talvez o natal supere em quesito de hipocrisia (o natal é pior, pois ainda por cima tem panetone/chocotone/merdatone que odeio). Acho que não comemos nem um terço de tudo o que tinha por aqui. Ótimo, amanhã engordarei mais! Agora, 'cá estou eu ouvindo David Bowie. The Jean Genie foi a primeira do ano. Quem sabe assim, meu ano não fica menos ruim, não é? Bowie é sempre um bom rémedio para depressão e desânimo. Let yourself goo-o-oo!. Confirmo mais uma vez que odeio reveillon. Quem sabe isso muda um dia. Quem sabe. Só sei que ano que vem passarei o tal do reveillon dormindo!

Feliz 2009 para os que acham que o ano vai ser bom. Vou torcer para que o universo conspire ao meu favor. Alguém aí tem alguma simpatia legal? Merda, não comi as sete uvas, nem pulei as sete ondas.