sábado, 30 de agosto de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Bem, passei a semana lendo João Cabral de Melo Neto, e acredito estar viciada nele e em toda essa coisa regionalista. Bem, aqui vai.
—Seu José, mestre carpina,
e que interesse, me diga,
há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
espera poder um dia
comprá-la em grandes partidas?
—Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida.
que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida?
Morte e Vida Severina
domingo, 24 de agosto de 2008
"And we don't have to love or think too much."
Weekend Wars - MGMT
Corpos cansados e eufóricos. Gatos de rua. É assim que vivemos: fodidos porém, livres. Somos estrelas cadentes, decadentes, nos perdemos no caminho. Pecadores. Amamos a vida, queremos queimar de uma vez só. Nômades, ciganos, hippies, andantes, pagãos. Somos o que estar por vir. Inocentes e indecentes. A paixão é tudo, o vício é tudo, o exagero é tudo. Queremos tudo, queremos muito e queremos mais. Viveremos assim até que a morte chegue, e nos leve para a próxima. Fast! Fast! Se não, perde a graça.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Os Perdidos
Do que adianta
essas vidas e essas cores
se tudo isso é o apenas o que os outros procuram?
Do que adianta toda a ilusão
se o interior é podre?
Podre como as ruas dessa cidade.
Podre como toda essa gente andando
preocupadas com seus egos e com seu próprio fedor
sem nem ao menos saberem se isso é o certo.
Ou sabendo que não é o certo.
Mas quem liga?
Seremos podres também!
Podres para alcançar todo e qualquer requisito.
Oh! Coitadas delas!
Oh! Coitados de nós!