sábado, 30 de agosto de 2008

Quem sou eu: Uma menina de apenas 16 anos, e já com algumas frustrações. Estuda a tarde, tá no segundo ano, e suas notas são baixas. 'Tá com muito medo de reprovar o ano, por causa de física. Odeia o ensino médio, alguns professores e as pessoas idiotas do colégio. Ok, não odeia. Não odeia ninguém mesmo, é uma tola, não fica com raiva de nada. Desistiu de Psicologia e vai fazer Letras. Daqui para o vestibular, ainda muda para mais uns cinco cursos, no mínimo. É incostante, não sabe quem é. Muda de humor muito rápido. Muda de vontades muito rápido. Muda de pensamentos muito rápido. Vive louca e perturbada com isso. Adora ouvir músicas e imaginar de que cor elas são. Odeia o vício de roer unhas. Gosta de fotografia. Odeia acordar cedo. Gosta de vermelho. Odeia escuro. Tá, ela nem gosta realmente nem desgosta realmente de nada. É tudo indiferente. É muito fantasiosa, é muito sonhadora, é muito ansiosa, é muito indecisa, é muito sem opinião. É muito paciente, é muito compreensiva, é muito pontual, é muito perceptiva, é muito boa ouvinte. Mal sai de casa, mal faz o que gosta, mal faz o que não gosta também. 'Tá sempre representando papéis, tá sempre fingindo e ao mesmo tempo, sendo muito expressiva. 'Tá sempre ouvindo que é um problema na vida das pessoas. 'Tá sempre chorando por isso. 'Tá sempre impécavel, sempre mostrando uma imagem de alguém interessante. Vive sempre dizendo que vai ler mais, estudar mais, se comportar mais, evitar birgas mais, tudo mais. E nunca faz quando se é para fazer. E quando não se é para fazer, faz. 'Tá sempre cantarolando alguma musica baixinho, ou mentalmente. 'Tá sempre se apaixonando pelo cara do ônibus ou pela menina da faculdade ou pelo sorriso daquele ou pelo olhar daquela. 'Tá sempre pensando muito, muito.' Tá sempre se preocupando demais. 'Tá sempre deixando de viver. 'Tá sempe obedecendo. 'Tá sempre cedendo. 'Tá sempre em crise. 'Tá sempre falando merda. 'Tá sempre parecendo uma idiota. 'Tá sempre postando todas essas porcarias 'num blog. 'Tá sempre indo dormir para tentar esquecer tudo isso. Amanhã é um novo dia, boa noite!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Bem, passei a semana lendo João Cabral de Melo Neto, e acredito estar viciada nele e em toda essa coisa regionalista. Bem, aqui vai.

—Seu José, mestre carpina,
e que interesse, me diga,
há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
espera poder um dia
comprá-la em grandes partidas?

—Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida.

—Seu José, mestre carpina,
que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida?

Morte e Vida Severina

domingo, 24 de agosto de 2008


"And we don't have to love or think too much."
Weekend Wars - MGMT

Corpos cansados e eufóricos. Gatos de rua. É assim que vivemos: fodidos porém, livres. Somos estrelas cadentes, decadentes, nos perdemos no caminho. Pecadores. Amamos a vida, queremos queimar de uma vez só. Nômades, ciganos, hippies, andantes, pagãos. Somos o que estar por vir. Inocentes e indecentes. A paixão é tudo, o vício é tudo, o exagero é tudo. Queremos tudo, queremos muito e queremos mais. Viveremos assim até que a morte chegue, e nos leve para a próxima. Fast! Fast! Se não, perde a graça.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Os Perdidos


Do que adianta
essas vidas e essas cores
se tudo isso é o apenas o que os outros procuram?
Do que adianta toda a ilusão
se o interior é podre?
Podre como as ruas dessa cidade.
Podre como toda essa gente andando
preocupadas com seus egos e com seu próprio fedor
sem nem ao menos saberem se isso é o certo.
Ou sabendo que não é o certo.
Mas quem liga?
Seremos podres também!
Podres para alcançar todo e qualquer requisito.
Oh! Coitadas delas!
Oh! Coitados de nós!