quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Esse ano não preciso de um texto-de-ano-novo. As coisas estão exatamente onde eu gostaria que estivessem. Eu estou exatamente onde gostaria de estar.

...as palavras se perdem e você não sabe ao certo se elas precisam ser ditas ou não. Acho que não. Não se precisa escrever as coisas para que elas não sejam esquecidas. Elas continuam na lembrança, continuam bonitas ou não. Acho que vou embora. Adeus.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Não dá para manter tudo guardado em cadernos velhos por muito tempo. Um dia as folhas se destacam e as palavras se perdem.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

As luzes eram bonitas e piscavam tão rápido que confundiam os olhos. Meu mês favorito agora é dezembro.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sinestesia é o meu nome.

A música tocava e tinha o ritmo perfeito. Um, dois, três, quatro. Um, dois, três, quatro. Fim de tarde amarela-laranja e as nuvens espaçadas faziam desenhos no céu. A música ainda tocava no ritmo perfeito. O sol no rosto não incomodava mais. Nesse momento tudo era diferente, tudo era bonito. Meus dias eram regados a sono e monotonia. Dias mornos e enjoados. Agora não. Agora eu estou feliz. A música ainda toca perfeitamente em seu balanço: um, dois, três quatro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Surroundings me encantam.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Olhos borrados de preto e sono.
Olhos borrados de preto e cansaço.
Olhos mistos de cinza e verde.
Mistos de violeta, de amarelo, de azul e de marrom.

Os olhos são o espelho da alma, é o que dizem.

marbles

domingo, 22 de novembro de 2009

Simplesmente não quero que as coisas durem para sempre. Não deve ser assim. Eu poderia escrever um texto sobre a lei natural das coisas, como elas funcionam, por que elas não duram e um monte mais dessas bobagens, mas também não quero. Tô cansada demais para isso.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hoje fui ao supermercado e a caixa me atendeu chorando. "Boa tarde", ainda tentei. Ela respondeu num tom meio sem graça (na verdade, num tom muito sem graça). Enquanto passava os produtos falou: "Sabe, eu perdi uma pessoa importante para mim e ela ainda me faz muita falta." Então paguei e saí, agora também sem graça.

Mentira. Não foi isso o que a caixa disse. Sim, ela 'tava chorando, mas foi algo do tipo: "Tem dia que agente simplesmente não 'tá afim de trabalhar e não vê a hora de chegar em casa" respondi com um "é", paguei e fui embora.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Saudade mata. Desejo mata também.

sábado, 7 de novembro de 2009

Juntei toda coragem que ainda tinha espalhada dentro de mim. É que sou assim, sabe, sem graça. Fico sem graça. E depois de juntar os pedaços de minha coragem, (o que não durou mais que poucos segundos) eu falei. E foi bom ouvir aquela resposta eufórica. Uma voz que pulava de alegria. Voz de gente feliz. Fiquei feliz junto e minha voz também se tornou voz de alegria. Ou nem tanto, sou sem graça. Mas eu estava feliz, muito. O sol brilhava lá no alto e alguns estranhos passavam por perto. Parecia mágico. Eu só ouvia a voz. O sol me ofuscava a vista e eu só ouvia seu tom fino e eufórico, e feliz, e alegre, e mais outras palavras que não consigo lembrar agora (então, vai essas palavras repetidas mesmo). Foi embora. Eu continuava feliz, a voz ainda ecoava em meus ouvidos. Eu continuo feliz, a voz ainda ecoa. Ela continua perto de mim.

domingo, 1 de novembro de 2009

ô blog idiota.

- Pains of being pure at heart me lembra ela. Muito. (...) Nem foi ela quem me mostrou a banda nem nada, mas ah, tem a 'atmosfera' dela.

- Você era feliz. Será que eu fodi sua vida? Às vezes penso isso. (...) Vi umas fotos suas, você era tão feliz. Ou aparentava ser. (...) Sei lá, às vezes eu acho que deprimo as pessoas.
- Não pense nisso. Claro que você não me deprime, muito pelo contrário.

- "Ah, quem precisa das pessoas e dessas festas idiotas? Eu tenho meus livros, sou culta e tenho nojo da sociedade". Cara, isso foi uma merda de desculpa que eu arrumei para mim pesma tentando me conformar.
- ...
- Ok, ler é legal. Mas porra, queria mesmo ser era porralouca. Até por que, ninguém lê Nietzsche e Camus ou Kafka. Enfim, nõo se acha pessoas dos mesmos interesses, anyway. quero sair. Quero ser sociavel. É isso. Mas porra, até parece que nao consigo mais ser.
- No meu caso, é a auto-estima que fode tudo.
- É. A porra da auto-estima.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Saída de Emergência

"Em caso de emergência puxe as alavancas e empurre as janelas com as mãos." Era o que tinha escrito em branco no vidro de uma janela do ônibus. É disso que eu preciso: uma saída de emergência.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

- Poderia me arrumar uma folha ou um pedaço de papel?
- Ok, mas... como é que você, uma estudante com uma bolsa grande dessas não tem sequer um caderno aí dentro?
- Por favor, não me pergunte isso.

domingo, 25 de outubro de 2009

Blonde Redhead

- Blonde Redhead é tão bom.
- Sim.
- Me dá nostalgia (...) e ao mesmo tempo saudades de algo que nem tive ao mesmo tempo (...) sei lá, me dá desejo.

- Também.
- É mágico.
- É. Mas é triste.
- É.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ando assim, meio sem jeito, cambaleando e tropeçando nas pedras pelo meio do caminho. Um dia ainda caio.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

- Você anda desligada do mundo.
- ...
- Você deveria aproveitar sua vida.
- Aproveitar minha vida?
- Sim. O melhor que você puder.
- Como?
- Pensando no futuro... estudando.
- ...
- Você não sabe o que sofrer.
- Como eu posso pensar, me preocupar com o futuro se nem sequer consigo pensar no presente?
- ...

"She said: - I want to sleep in the city that never wakes up."

sábado, 5 de setembro de 2009

Odeio sábado. Sábado é dia morno, sem graça. Odeio coisa morna. Ou é frio, ou é quente, o meio termo é porcaria. É nessas horas que entro em contradição, eu, pessoa morna que sou, falando de coisas quentes e frias.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

delírio

Sol forte. Nem está tão quente assim, mas bastante claro. O dia estava tão claro que chega doía nos olhos. Daqueles dias amarelos, bonitos, mesmo assim. Dia claro e eu de chinelo e jeans velho andando pela rua. Uma bolsa velha e uma blusa velha também. Tem dias que só me visto em trapos, e bem, esses dias são os que me sinto melhor. Continuando, lá estava eu, cheia de energia num dia amarelo. Foi nessa hora que percebi: eu estava viva. Eu estava linda e viva andando por aquelas ruas vazias. O sol a me seguir e só. Só eu, o sol, os trapos e a vida. Logo depois disso, percebi que saber que se está vivo pode ser uma assustadora experiência. Eu senti meu ossos, meus músculos trabalhando para me locomover, eu senti minha respiração. E quanto mais viva me sentia, mais sentia a morte também. A morte andava lado a lado à minha vivacidade toda. Eu estava por um fio. Senti meu coração bater, a minha temperatura aumentar, senti o chão no qual eu pisava e tudo a minha volta. Agora minha vida começava a se misturar com o ambiente. Minha vida, minha morte, minhas confusões. Tudo estava alí, derretendo e se misturando à rua, até formar uma pasta cor neon que eu não acreditava ser real. E não era. Do nada tudo voltou ao normal e eu não me senti nem viva, nem morta. Eu não sentia mais o sol nem meus ossos. Eu não sentia mais nada. Voltei ao estado normal.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Aconteceu logo após eu ter dito que tudo aquilo era balela inventada por uns idiotas que fazem de tudo para ganhar dinheiro. Ela me olhou. Na verdade, foi mais que olhar, ela me encarou. Eu senti naquela hora que ela iria saber de tudo. 'Tava tudo alí, estampado na minha cara, escrito em meus olhos. Ela me olhava enquanto a verdade escorria como lágrimas e eu não pude fazer nada. Eu não quis fazer nada. Não escondi, apenas olhei, ela me olhou. E não disse mais nada.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

- Como você está bonita, deitada nessa cama. Essa colcha é legal, te dá um ar místico, sei lá. Eu poderia tirar uma foto sua agora, de tão bonita.

E eu me esforçando para manter aquele ar de intelectualidade e desinteresse, fingindo ler concentradamente o livro e não estar dando muita importância ao que dizia, quando no entando eu estava pensando em como seria observar esta mesma cena, mas em outro espaço.

domingo, 21 de junho de 2009

Eu tenho cara de menina boazinha sabe? Cara de gente gentil, que gosta de conversa e que é bem educada. Pelo menos essa é a explicação mais provável para o fato de que periodicamente alguma pessoa estranha, na rua ou no ônibus acabe gostando dessa minha cara tola e venha a puxar um assunto qualquer. Essa semana foi um senhor. Um idoso, na verdade. Ele me contou a triste história da vida dele. Casou novo, teve dois filhos. Os filhos casaram e foram embora, para muito longe. Ele viveu mais alguns felizes anos com sua mulher. Ele a amava muito. Muito. Um dia a mulher dele, tão amada, morreu. E ele se afundou em tristeza. Ele não sabia ao certo o que fazer, ele só sentia que precisava sair daquela casa na qual viveu todos esses anos com sua mulher. Lembranças demais, sabe? Vendeu a casa a um preço ridículo, muito menos do que valia e foi procurar algum canto. Ele não tinha - e ainda não tem - irmãos próximos, nem mesmo os filhos, todos moram em outro estado, em outra cidade ou algo do tipo. Bem, ele ficou sozinho. Então, ele pensou que tinha achado a solução para sua tristeza, casa nova, vida nova. Mas aí ele viu que não era bem assim, agora era a falta de lembranças que o atormentavam. Ele se sentia num ambiente estranho constantemente. Isso foi mais ou menos na época em que morreu alguma cunhada dele lá em Maceió, e ele aproveitou a viagem para tentar se instalar por lá mesmo. Não deu certo. Enfim, ele voltou para o mesmo bairro onde está a casa an qual ele morou com sua mulher e filhos e comprou uma casa pelas redondezas. Por fim, ele me disse que passa quase todos os dias pela frente da antiga casa e sente um aperto no coração. Ele disse que a casa agora está morta, vazia.

terça-feira, 16 de junho de 2009

proctista

- Hoje me senti um proctista.
- Por que?
- Meu professor de biologia disse que normalmente as espécies deste reino são aquelas que não se encaixaram em nenhum outro reino, um reino só para os restos, os excluídos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

- E aí, Mayara, vamos fazer sua festa de aniversário? Posso ir ligando para suas primas, suas tias e já ir combinando tudo?
- Ah, não sei. Festas de aniversário me deixam constrangida.
- Mas que constrangida que nada! Não é grande festa, não. Pouca gente vai ser chamada.
- Não gosto de ser o centro das atenções, sei lá.

sábado, 23 de maio de 2009

I'm not a bad man, I'm just overwhelmed.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

"Era um homem franzino, ar de cansado - um tipo muito conhecido naquela praça. Fazia anos que andava por ali, todos os dias, desde o anoitecer até a madrugada, sentado nos bancos, percorrendo os cafés ou arrastando os passos pelas calçadas. Às vezes ficava a noite inteira sem falar com ninguém, apenas fumando, olhando, pensando... O pessoal da imprensa chamava-lhe "Chicharro", porque diziam que ele estava morto e não sabia; falecera em 1918, vítima da influenza espanhola, fora sepultado e comido pelos vermes, mas não dera ainda por isso. O homem encolhia os ombros. Não ria nem se zangava. (...) E quem sabe se ele não estava morto mesmo? Talvez todas as pessoas estivessem mortas, fossem apenas chicharros que andassem pela vida como fantasmas."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

- Não se preocupe comigo.
- Não dá. Tu faz parte da minha felicidade, se tu não tá feliz eu não tô feliz. (...) Eu me preocupo quando tu some assim, tenho medo, medo que tu não volte, sei lá.

terça-feira, 19 de maio de 2009

- Qualquer menina normal da nossa idade tem um namorado!
- Mas agente não é normal.

domingo, 17 de maio de 2009

Seca,vazia. Morta por dentro, sei lá.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Summertime

Parece que vai chover. Os dias passam lentos, lentos. E de tão lento passam rápido. Eu tenho essa sensação a toda hora. As coisas andam tão devagar que você nem percebe que elas se movem. É como o ponteiro menor do relógio, como a sombra de um objeto qualquer, como a velhice. Agente não percebe, mas quando se vê, o ponteiro já avançou dois ou três números, a sombra já está apontando para outro lado e nós já estamos alguns - ou não só alguns - anos mais velhos. Agente não percebe a passagem, só percebe depois, bem depois. Hoje eu estou assim, lenta, muito. E talvez até velha, muito. Velha de alma, por assim dizer. E eu com o meus não completos dezessete anos já me vejo com os mais de cinquenta da minha mãe, eu não sei dizer. Não sei mais se vai chover, acho que foi só uma nuvem que encobriu o sol. Summertime, time, time. A voz rouca canta, e nossa, como eu queria uma voz rouca assim também. Hoje estou lenta e velha, eu não quero pessoas muito próximas. Hoje estou lenta e velha, não quero conversas. Lenta e velha, só quero assistir o mundo de fora dele, como se eu já tivesse tudo o que eu tinha de fazer em minha vida. Como se eu não fizesse parte dele. Lenta como o ponteiro, velha como o tempo. Lenta como a sombra, velha como o sol. Lenta como a velhice, e velha como ela também. Quero só estar velha e lenta neste dia que nem sei se vai chover ou não. Quero só o ponteiro, a sombra, a velhice, o relógio, o sol, os anos, o objeto, o tempo e as pregas no rosto em meu summertime.

sábado, 9 de maio de 2009

A pequena esperança

Minha esperança andava pequena como a esperança que encontramos lá, entre as folhas. Ela ia pequena, bem escondida, mas foi encontrada. Acho que era a menor esperança que já vi na vida. Só para constar, odeio insetos. Mas essa era tão pequena que não dava nada. Foi aí que aconteceu "- Nossa esperança, gente!" e nessa coisa toda de agarrar a nossa esperança, de não deixá-la escapar, de tentar trazê-la para junto por menor que fosse, foi que o bichinho perdeu a perna. A esperança era tão pequena - talvez até, insignificante - que foi só chegar perto, tocar, que a perna dela caiu. Nossa esperança ficou sem perna. E minha esperança é assim mesmo: Não se apega muito a ela não, que ela se desfaz, se rompe como a perna do bicho coitado. Agora sigo eu, com minha pequena e mutilada esperança - ou o que resta dela.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fantoches

Érico Veríssimo já havia me dito que essa coisa de livros e mais livros não dá certo, que tem que haver vida real, me entende? Mas saiba que não existe essa coisa de vida real para mim, não senhor. Até por que, 'cá estou eu citando um autor, mesmo quando digo que não devia nem mais falar em livros. Ô vida de fantoche!

domingo, 19 de abril de 2009

Season of illusions.

Confesso que ando pensando frenquentemente nesses ultimos dias que se sucederam. Em todas as tardes agradáveis de clima ameno, vento a balançar as folhas e o brilho alaranjado de fim de dia. Época boa na qual eu não tinha essas coisas todas na minha cabeça. Não havia pessoas demais, não havia trabalho demais, não havia nada demais. E eu só vivia por aí, solta, como aquela música que sempre tocava. Eu gostava de sentar e só olhar a paisagem, ouvindo a tal da música. Eu não precisava de muito. Eu não precisava pensar muito, eu só sentia. Sentia e olhava a paisagem. Sentia e escrevia aqueles textos rídiculos, mas que me faziam bem. Acho que nem sei mais escrever, no papel não sai mais nada. Da cabeça também não sai mais nada. Da minha vida também não sai mais nada. Um dia desses eu voltei ouvir a tal da música. Confesso também que acho que essa música nem existe, sabe? Acho que é tudo coisa da minha cabeça. A música, as tardes, o clima ameno, as folhas e o laranja.

sábado, 11 de abril de 2009

Outer Conversation

Você quer tudo fácil, não tem coragem, não tem garra, não tem nada. Assim como eu. Me diga o que fazer, então? Faça qualquer coisa e trate de arrumar um bom marido. Que conversa mais arcaica, nossa. É o jeito. Foda-se. O que vais fazer então? Foda-se. Você não quer nada. Foda-se pela terceira vez. E não me importa o vocabulário chulo, eu falo mesmo.

Perdão. Perdão é o caralho. Eu não sabia que isso te machucava tanto, que é um fardo tão grande em tua vida. Pois é, É O MAIOR FARDO DA MINHA MEDÍOCRE VIDA! Você vai conseguir algo. Vou não. Vai! Você disse, não vou não. Perdão. (silêncio)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Inner Conversation

Vai lá e vive tua vida sem esperar por ninguém, rapaz. Já te disse que és jovem, que tens a vida toda por aí. Mas não é bem assim, as coisas não são sempre como agente quer e blá, blá, blé, além de todas essas frases de efeito e todos esses clichés que você já conhece, que todo conhecem. Mas o que queres então? Viver assim? E se essa for minha escolha? E se eu preferir viver dessa maneira mesmo, in my own fuckin' way? Faz-me rir deste modo. E por que? Por que nao tem "my own fuckin' way" para você, eu sei. Por que eu também sei que se deixar, tu ficas deste modo, a pensar e a nada fazer, te conheço, tolo. Me deixa pensar, preciso disso. "Me deixa pensar", "me deixa pensar", é sempre assim. E eu, como fico? Como você acha que me fazes sentir com toda essa tua inércia. Inércia não, eu odeio essa palavra! Eu também, e eu sei disso, por isso falei. Porra, sai daquí e me deixa em paz ok? SAI.

Você está certo. Há, estou? Sim, está. Eu sei disso. Ok, não precisa se gabar nem nada. Eu nao estou. Está. Você sabe que é assim. O que queres de mim então? Diferença. Não é facil. Eu sei. Não, não sabe.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

história sem nome (parte 3)

Desisti da história. FIM.

domingo, 5 de abril de 2009

história sem nome (parte 2)

E eu olhei. Olhei tanto que nossos olhos se cruzaram rapidamente. Coisa natural. E eu ainda de olho nos livros. Admito que gosto desse tipo 'intelectual', tomara que não seja uma falsa-imagem. Me diga, por favor que és o que espero.

sábado, 4 de abril de 2009

história sem nome (parte 1)

Logo que entrou sabia que era ele. Fingi não me importar, fingi estar ainda concentrada no livro, fingi ser mais uma sentada numa daquelas mesas. Mas eu não poderia me enganar, era ele e eu sabia disso. Atravessou a sala e sentou aos fundos. Engraçado até, o modo como andava. Meio ansioso, meio receoso. Assim como eu, deslocada, intimidada até. Trazia uma grande mochilas e livros nas mãos. Culto, talvez, quem sabe. Eu só sabia que ele estava ali, e que eu precisava olhá-lo até que algo acontecesse.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Posso afirmar com toda convicção que estou neste exato momento plenamente feliz. Veja, meu bem, você pode até achar tudo isso idiota, mas é como me sinto: feliz. Feliz apenas por ser feliz. Feliz por não ter uma vida social agitada, feliz por ter a melhor meia dúzia de amigos do mundo. Feliz por ter reprovado de ano. Feliz por saber que vou cursar o que gosto daqui a menos de dois anos. Feliz pela cidade que moro ser muitas vezes quase insuportavelmente quente. Feliz por estar fazendo um lindo dia amarelo, ensolarado e por que não, quente. Feliz por isso ou por aquilo. Feliz por ser. Feliz por feliz.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

There are many here among us who feel that life is but a joke. Ô preocupação inútil e idiota. Lembre-se, life is nothing but a joke, nothing but a joke, man!

Que se dane minha vida daqui a dois anos. Não-pensar-nisso. (anotado)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Chorar desesperadamente no ombro de algum conhecido e não ser incomodada com perguntas. Chorar uns vinte minutos e depois falar qualquer coisa que justifique tal ato, atravessada por soluços. Uma pessoa descartável a qual pudesse contar tudo e depois simplesmente jogá-la no lixo. Só queria desabafar mesmo. Contar todos os segredos incontáveis e todos os vexames constrangedores. E eu ainda pago uma pessoa para me ouvir alguns minutos toda semana. Acho que sou tola o suficiente para isso e para tentar criar algum laço de confiabilidade (na verdade, eu esqueci a palavra certa) que não vai chegar. Ao mesmo tempo é estranho pensar que se é uma ilha e que não se deve secar essa água toda que nos mantém separados. Contato é algo perigoso, acredite. Eu não sou feliz e nem infeliz com isso. É só uma questão de cuidado e preucação. Cumplicidade (sim, essa era a palavra) só me faz sentir mais água entre esse espaço de terra seca que nos separa. Não entre nós, não é nada pessoal. Mas entre os outros. Para mim, quanto mais distante, mais distante as quero, mais distante se torna. Sei lá, ciclo vicioso, sabe? Quando mais eu tiro a água, mais água aparece, aliás, isso faz até sentido para mim, que tenho uma idéia de sentido muito incomum. Aliás, eu desisti do manual. Se você aprende algo e depois aprende essa mesma coisa novamente, só que incompleta, não que dizer que você vai esquecer daquilo que foi aprendido no ínicio e só omitido agora, não é? Você já aprendeu mais do que te ensinaram. Desculpa, mas acho que não estou sendo bastante clara. Nem quero ser. Mas ah, continuando, o manual que vá à merda! Agora eu quero alguma coisa mais eficaz. Alguma espécie de lobotomia. Isso, arranquem um pedaço do meu cérebro! Sei lá, lavagem cerebral, perda de memória induzida, enfim, qualquer coisa que pelo menos dê para o gasto. Matem-me e me façam reencarnar em algum outro corpo, pode ser que der certo, essa idéia de renascer sempre gostou de rodear minha cabeça, que por sinal, arde em dor agora. Vou procurar algo que faça isso passar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Esse riff me enlouquece. Eu não sei, fico meio atordoada. You're perfect in the way/a perfect end today. Bem, mas não era você quem estava me contando de suas histórias? Eu? Ah, sim, era eu mesmo. Falava de alguns sonhos. Pois bem, me diga, qual são esses sonhos? Ah, eu não os tenho mais. Sério, não tô brincando! Os meus foram para o lixo. Talvez por que eu sempre estou nessa inconstância mesmo, mudando, mudando. Eu também sou um bocado pessimista, sabe? Eles não dariam certo. Sei lá, eu vou dar um jeito de arrumar uma merda de um manual para mim, sabe? Aqueles que você recebe no início, "Como viver". Eu furei a fila e acabei nem recebendo. Eu costumava ser bastante apressadinha, sabe? Pelo menos é carnaval e eu posso ficar em off durante alguns dias. Pena que as coisas voltam, né? Mas ah, é mais ou menos isso. No dreams anymore, entende? Pelo menos, não os que eu tinha.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Demônios, coisas diárias e "Sundays Mornings".

Para ser lido ao som de "Sunday Morning" do Velvet Underground.


Ainda tenho demônios que me assustam durante a noite. Toda ela, quase. Todas elas, quase. Ao chegar em casa a única coisa que se quer é esquecer. Tira essas roupas que pesam mais que o teu corpo. Ou andas tão pesado quanto elas? Mais pesado que elas? Atira fora toda essa energia densa. Deixa só o corpo. Só o espírito. Deixa deixar de pesar. Deixa levar, elevar, levar, 'enlevar'. Seja o ar e seja todo o chão. Chão frio dessa rua que, por sinal, estava quente hoje. Quente em temperatura, mas fria. Não há calor a ser transferido nas ruas nem em lugar nenhum. Tudo é frio e o termômetro marca 31ºC. O domingo vira segunda agente querendo ou não. O dia seguinte pesa nas costas. A roupa ajuda. Pesa e dói o corpo inteiro. A alma dói junto e você acaba até acostumando. Dor contínua deixa de ser dor, mas não deixa de doer. Quero sundays mornings todos os dias. Elas não doem.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Primeiro dia

Tipo assim, meio idiota. Meio hipócrita. Meio impotente. Meio loser. Meio nojento. Meio apático. Meio longo... (vai!)

Idiota hipócrita impotente loser nojento apático, longo... (respira) sujo falso louco horrível repugnante puto medíocre desprezível asqueroso de merda hipocrita denovo repulsivo nojento mais uma vez e fodido!

Tudo junto para dar mais ênfase.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Luzes da cidade

Vista de longe até que não parece tão má assim. - Foi o que pensou logo que começou a caminhar dentro da noite fria, porém, está enganado quem pensa que o frio é incômodo, muito pelo contrário. Está indo embora e desta vez, definitivamente. Chega do calor e aconchego da cidade, das pessoas próximas demais e ao mesmo tempo, chega do frio e desamparo, das pessoas distantes demais. Ele não sabe explicar tamanho contraste, pensa tanto que ao mesmo tempo não pensa nada. Só caminha pela beira da rodovia, melhor não aprofundar demais nenhum pnsamento. Deve ser umas 5:30 da tarde, o céu quase escuro dá realce as primeiras luzes aparentes de qualquer lugar. Qualquer lugar como qualquer poste que ilumina qualquer bêbado mendigo que dorme pelo chão. Talvez a luz vinda um apartamento qualquer onde se reúne uma família qualquer para que se inicie a janta. Talvez luz vinda de uma casa qualquer onde more uma viúva solitária qualquer que nao goste de escuro. Luzes em toda parte da cidade.

Cada vez mais perto, cada vez mais longe. De fato, a cidade fora sua tormenta durante muito tempo. De fato, ele vai sentir falta das pessoas próximas e distantes demais e pode ser que até pense em voltar durante a viagem. Talvez ele já queira voltar, só que ninguém sabe. Nem mesmo ele. Apenas caminha sem rumo pré-definido e sem pressa alguma. As luzes da cidade cada vez mais bonitas. E ele caminha. As luzes da cidade cada vez mais fortes. Sem pressa. As luzes da cidade a persegui-lo. Acende um cigarro segue seu caminho. Esquece as luzes.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Soulmates

'Tava demorando. 'Tava demorando a você me proporcionar esse sofrimento gostoso toda vez que entra em minha vida. Tudo bem, você está em minha vida, mas sofro muito mais quando lembro disso. Te amo, e você sabe disso. Me amas e também sei. Mas também sei que não me amas da maneira a qual queria. Queria você para mim, confesso. E ao mesmo tempo, não queria. Queria você de ninguém para eu poder te observar só de longe. Confesso também que nao aguento olhar para nenhum vestígio seu. Nada que lembre tua presença. Tua presença sempre tão desejada por mim. Ah, que tola. Que tola me torno quando penso nisso de ir embora. Ir embora para ficar com você. Que tola me torno quando penso no teu belo sorriso, graça. Que tola me torno quando leio o que escreves e me sinto tão pequena. Tão pequena diante de você. Você e toda essa sua beleza. Uma pessoa bonita. Pequena e distante. Mas ah, eu te amo e amo sofrer por você. Te amo e amo a forma como você ama a outra pessoa. Te amo e amo a nossa distância. Te amo e amo qualquer coisa que seja proveniente de você, por pior que ela seja. Amo qualquer sinal, qualquer lembrança, qualquer sofrimento vindo de tua pessoa, amor. Desculpa minha audácia, mas amo e sonho com o dia em que estaremos sempre por perto. Como seres colados. Soulmates.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A tarde mais idiota de janeiro. Tenho certeza. E o pior cara, é que 'tá uma tarde bonita 'pra caralho e nem 'tá tão quente assim. Uma tarde bonita, bem amarela como deve ser. Só vejo as folhas das plantas balançarem lá fora, no jardim. No meu jardim de gnomos e deuses gregos (é, eu não esqueci disso, achei sei lá, engraçado, no mínimo) que na verdade não é só meu jardim. Eu não deveria estar enfurnada nessa casa. Eu deveria criar vergonha na cara e dizer: - Ah, vou sair mesmo. Para onde? Por aí. Quem sabe só pegar um ônibus e esperar ele dar a volta na cidade. Só para olhar a tarde de diversos pontos. Só para ver as pessoas na rua, andando. Andando. Férias e eu aqui. Férias é ainda pior. Nas férias eu não saio de casa. Nada de badalações loucas em praias, nada de casa de amigos, nada de encher a cara em um bar qualquer. Nada de nada. Mas ah, eu sei que não sou disso. No fundo eu 'tô mais para lone ranger do que para uma social butterfly mesmo.

Enquanto a tarde passa, 'cá estou comendo. Férias é foda, acho que voltarei um três quilos mais gorda para a escola. Ok, talvez seja menos. Enfim, voltarei e começarei tudo de novo. Verei as mesmas caras, e as mesmas caras me verão com meus quase três quilos a mais. Voltarei e ignorarei ainda mais. Esse ano a postura é diferente, meu bem. Enquanto a tarde passa estou aqui, em casa. bem que você poderia me chamar para sair, não é? O que você 'tá esperando, ein? Já estou fazendo a minha parte, querido. A parte de ser díficil. A sua parte de criar coragem e me chamar para sair você ainda não fez. Posso até estar sendo antiquada, perdão, mas é que eu sou assim mesmo. Até por que, caso dê algo errado, quem chamou para sair foi você mesmo. Não quero correr o risco de te convidar. Até por que, posso olhar para tua cara e simplesmente, desgostar. Posso mudar e não querer nem mais ouvir teu nome. Ou você pode perceber meus quase três quilos a mais. E por favor, não quero ser acusada de ser perca de tempo para ninguém ein! Então vai logo, adianta esse negócio aí, ok? Não tô afim de esperar mais. Só não sei se você vai encontrar outra tarde como essa tão cedo.

A tarde 'tá perdendo a graça, até. Quando se pensa mais em algo, perde-se a graça, não? Não se pode olhar muito afundo as coisas, nem prestar muita atenção nos detalhes ein. Esse é o segredo. Olhar de banda, fingir que vê, ignorar, até. Então pronto. Tarde, que tarde? Uma tarde comum de janeiro, apenas. Nada demais.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

- Você já deveria saber que todos eles são iguais, minha criança. Te livrarei desta vez.
- Ah, obrigada!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ô meu anjo da guarda, meu anjo protetor, 'cê 'tá me escutando agora? 'Tá me ouvindo mesmo? Me ouvindo nessa noite escura? Mas ah, me diga que sim, pois preciso de tua ajuda! Ô meu guardiãozinho, me ajuda a aguentar isso? Me ajuda a deixar isso passar. Me diz que vai conceder meu pedido, por favor! Me garante que eu vou escapar ilesa dessa. Pois vcê nem sabe o mal que me aflinge! Você nem sabe pelos dias que passo! Me ajuda a não me apaixonar, meu querido. Meu estimado, meu protetor, me confirma que eu não irei me entregar a esses mares obscuros da paixão, tá bom? Ouve minha prece, não me deixa assim, implorando. Me diz que isso tudo é ilusão, me convence que eu não sirvo para essas coisas. Me convence que ele não serve para essas coisas. Me convence que o mundo não foi feito para isso. Me convence que eu tenho meus objetivos para lutar. Me tira isso da cabeça! No fim, eu te faço uma oferenda por ter me livrado disso, 'tá bom? Só me faz desgostar, 'tá certo? Não me deixa cair em tentação, meu anjinho. Amém.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sai de perto de mim, cara. Tu não vê que hoje eu não 'tô pra conversa? Tu não vê que os dias estão aí, passando, e eu aqui, ficando? Me deixa em paz que hoje eu não preciso de mais ninguém. Agora saí da minha frente que eu vou embora. Sai que eu vou sair hoje, eu não 'tô nem aí. Sai que eu já cansei de você, da sua cara e desse seu bando de "pariceiro". Vou-me pois preciso surtar, preciso explodir. Para depois começar tudo mais uma vez. Depois eu posso fingir que sou forte de novo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Happy new year, loser II.

Acho que bati um recorde. Estou escrevendo aqui em menos de 24 horas depois do ultimo post. É que hoje eu 'to assim, escrevendo compulsivamente. Acho que já devo ter escrito uns trocentos rascunhos. Hoje, dia 31 de dezembro, ops, ontem, dia 31 de dezembro acordei naqueles dias em que não se quer sair da cama. Acordei com aquele pensamento de "Putamerda, volta a dormir, mayara. VOLTA A DORMIR!". É quando a realidade é menos interessante que o sono, mesmo que esse tenha sonhos nada tão bons assim. Bem, chutei a parede, esmurrei a cabeceira da cama, passei alguns minutos deitada (uns 40 minutos, acho) e decidi levantar. A empregada já em casa. Irmão dormindo, pais trabalhando. Menos mal. Eu perdi um ano escolar nesse caralho de vida, ô céus! E nossa, perdi também o controle sobre a minha boca. Menos palavrões, Mayara, por favor. Onde será que enfiaram a cartela de Dorflex? Que dor de cabeça terrível! Depois de confusões (pularei esta parte) chegou a tarde e fui a padaria. Pus a mais velha calça jeans que tinha e minha camisa preferida, aquela preta escrito "HATE" bem grande nas costas, igual ao Ian Curtis. Pão (ninguém aqui vive sem pão e amanhã, aliás, hoje é feriado, né?), uma duzia de docinhos calóricos (foda-se, posso engordar 10 quilos em 2009 e não ligo mais), salgadinhos e um pequeno bolo. R$ 24,75. Sol na minha cara. Sol de dezembro, quente, quente. Chego em casa e mais nada de muito interessante acontece.

Depois de passar algumas horas na internet, chorar para caralho e ajudar minha mãe, chega perto da "grande hora". Nem amigos, nem parentes por aqui. Eu e minha família já é mais que o suficiente. Espero as poucas horas que faltam jogando Playstation (Decadência!), tomo um banho, coloco uma calça jeans mais nova e outra camisa preta, mais velha. Acho que tenho roupa preta demais em meu guarda-roupa. E 2009 chega. Chega com sorrisos de meus pais, com champagne e com bastante comida, porém sem sorrisos de minha parte, sem ânimo e sem roupa de baixo (pequena promessa feita entre amigos). Fora o fato que eu odeio fogos de artifício. Ô datinha hipócrita! Talvez o natal supere em quesito de hipocrisia (o natal é pior, pois ainda por cima tem panetone/chocotone/merdatone que odeio). Acho que não comemos nem um terço de tudo o que tinha por aqui. Ótimo, amanhã engordarei mais! Agora, 'cá estou eu ouvindo David Bowie. The Jean Genie foi a primeira do ano. Quem sabe assim, meu ano não fica menos ruim, não é? Bowie é sempre um bom rémedio para depressão e desânimo. Let yourself goo-o-oo!. Confirmo mais uma vez que odeio reveillon. Quem sabe isso muda um dia. Quem sabe. Só sei que ano que vem passarei o tal do reveillon dormindo!

Feliz 2009 para os que acham que o ano vai ser bom. Vou torcer para que o universo conspire ao meu favor. Alguém aí tem alguma simpatia legal? Merda, não comi as sete uvas, nem pulei as sete ondas.