Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
Não sou.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Verbo Ser
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Não queria fazer um comentário pobre sobre seus textos ricos (e até mesmo os que não são seus), mas todo comentário cuja função é avaliar, quando não é pedido que se avalie, só pode ser pobre.
ResponderExcluirDe todo modo, o que eu gostaria de dizer é que viciei no seu blog, e não sei se isso é bom ou ruim, mas sei que com a atratividade dos seus textos, cores, letras, você terá um leitor fiel aqui!
Se sou, não sei o que sou, prefiro não pensar no que sou... Dá muita importância ao que não vale nada, a vida humana é pequena demais em relação ao universo, então pra quer discutir quem fui e quem serei? Não serei nada além de uma peça no tabuleiro, um peão para se descartar...
Valeu, beijos!
Salve drummond.
ResponderExcluirQue enchergava o cotidiano pela as beiradas.
o final desse poema me alegra pq meu objetivo era ser assim mais eu não consigo.
o importante é ser e esquecer.
lindo isso não?
E ae broto! Linda poesia do drummond... o cara realmente era fera, e que bom que tens um gosto literario tão "belo"... espero continuar entrendo aqui e me deparando com coisas do gênero.
ResponderExcluirP.s: Os textos de sua autoria são ótimos também!
Beijo na nuca
bye bye