sábado, 9 de maio de 2009

A pequena esperança

Minha esperança andava pequena como a esperança que encontramos lá, entre as folhas. Ela ia pequena, bem escondida, mas foi encontrada. Acho que era a menor esperança que já vi na vida. Só para constar, odeio insetos. Mas essa era tão pequena que não dava nada. Foi aí que aconteceu "- Nossa esperança, gente!" e nessa coisa toda de agarrar a nossa esperança, de não deixá-la escapar, de tentar trazê-la para junto por menor que fosse, foi que o bichinho perdeu a perna. A esperança era tão pequena - talvez até, insignificante - que foi só chegar perto, tocar, que a perna dela caiu. Nossa esperança ficou sem perna. E minha esperança é assim mesmo: Não se apega muito a ela não, que ela se desfaz, se rompe como a perna do bicho coitado. Agora sigo eu, com minha pequena e mutilada esperança - ou o que resta dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Eu ia embora de mim: isso era tudo. Eu ia embora de mim sem saber de onde vinha nem para onde iria..."
Caio Fernando de Abreu